Exame Logo

Dólar deve voltar a R$2,40, pressionado por Fed

Projeções para o real e para o peso mexicano nos próximos 12 meses são praticamente as mesmas de um mês atrás

Dinheiro: disparada do dólar na região pode ser evitada caso os bancos centrais elevem os juros, o que tornaria os títulos de dívida da região mais atrativos aos investidores estrangeiros (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de outubro de 2013 às 11h30.

São Paulo - As moedas na América Latina devem continuar sob pressão nos próximos 12 meses com a diminuição do estímulo monetário nos Estados Unidos, segundo pesquisa da Reuters nesta quinta-feira.

A pesquisa com mais de 60 economistas em todo o mundo mostrou que as projeções para o real e para o peso mexicano nos próximos 12 meses são praticamente as mesmas de um mês atrás, mesmo com a decisão do Fed de adiar a redução de seu programa de compra de ativos.

O peso chileno e o colombiano devem se desvalorizar, enquanto que o sol peruano não deve conseguir reverter as perdas dos últimos meses, em meio à expectativa de um enfraquecimento do fluxo de capitais para mercados emergentes daqui para a frente.

"Apesar de os Estados Unidos não terem começado a reduzir a liquidez ainda, isso ainda vai acontecer. Mais cedo ou mais tarde", disse Nathan Pincheira, economista do Banchile Inversiones, em Santiago. "Por isso não alteramos nossas estimativas, pelo menos para o médio e longo prazos.

O Fed citou o endurecimento da política fiscal e o aumento dos juros de crédito imobiliário para explicar porque decidiu não reduzir as compras mensais de 85 bilhões de dólares.

Mas ele provavelmente vai começar a reduzir as compras em dezembro, de acordo com a maioria dos economistas consultados pela Reuters em uma pesquisa separada.

Maior impacto

O Brasil deve ser o país mais afetado na região, de novo.


O dólar subiu mais de 20 por cento ante o real entre maio e a metade de agosto, quando começou a cair após o anúncio de um programa de intervenções diárias do Banco Central.

Mas a moeda deve voltar a 2,40 reais nos próximos 12 meses, de acordo com a mediana das projeções de 32 economistas. A projeção é a mesma de um mês atrás.

"A intervenção é suficiente enquanto o Fed não iniciar a retirada de estímulo. No momento em que começar, vai ser um movimento global. O máximo que o BC pode fazer é minimizar", disse Luiz Eduardo Portella, sócio-gestor da Modal Asset Management, no Rio de Janeiro.

"Mas como ele já está vendendo muito dólar (por meio de swaps) numa região baixa, ele não vai poder vender muita coisa com o dólar acima de 2,50, senão ele vai estar compromentendo muito as reservas," acrescentou Portella, que fez a projeção mais pessimista na pesquisa: 2,80 reais, ante 2,40 reais na sondagem de um mês atrás.

Uma disparada do dólar na região pode ser evitada caso os bancos centrais elevem os juros, o que tornaria os títulos de dívida da região mais atrativos aos investidores estrangeiros, segundo Alfredo Coutino, diretor para a América Latina da Moody's Analytics.

"Os juros vão ter que subir", disse. A projeção de Coutino para o dólar no Brasil em 12 meses é de 2,20 reais, com Selic a 10,50 por cento ao final de 2014.

A aceleração do crescimento nos Estados Unidos, embora leve o Fed a retirar os estímulos, também pode ajudar as moedas latino-americanas por estimular a expansão de suas próprias economias. Mas, por ora, esse efeito só deve ajudar o México, que tem relações comerciais mais próximas com os Estados Unidos.

A projeção para o peso mexicano em 12 meses é de 12,615 por dólar, um pouco mais desvalorizado que na pesquisa de setembro mas ainda melhor que a taxa atual, em torno de 13,16.

Veja também

São Paulo - As moedas na América Latina devem continuar sob pressão nos próximos 12 meses com a diminuição do estímulo monetário nos Estados Unidos, segundo pesquisa da Reuters nesta quinta-feira.

A pesquisa com mais de 60 economistas em todo o mundo mostrou que as projeções para o real e para o peso mexicano nos próximos 12 meses são praticamente as mesmas de um mês atrás, mesmo com a decisão do Fed de adiar a redução de seu programa de compra de ativos.

O peso chileno e o colombiano devem se desvalorizar, enquanto que o sol peruano não deve conseguir reverter as perdas dos últimos meses, em meio à expectativa de um enfraquecimento do fluxo de capitais para mercados emergentes daqui para a frente.

"Apesar de os Estados Unidos não terem começado a reduzir a liquidez ainda, isso ainda vai acontecer. Mais cedo ou mais tarde", disse Nathan Pincheira, economista do Banchile Inversiones, em Santiago. "Por isso não alteramos nossas estimativas, pelo menos para o médio e longo prazos.

O Fed citou o endurecimento da política fiscal e o aumento dos juros de crédito imobiliário para explicar porque decidiu não reduzir as compras mensais de 85 bilhões de dólares.

Mas ele provavelmente vai começar a reduzir as compras em dezembro, de acordo com a maioria dos economistas consultados pela Reuters em uma pesquisa separada.

Maior impacto

O Brasil deve ser o país mais afetado na região, de novo.


O dólar subiu mais de 20 por cento ante o real entre maio e a metade de agosto, quando começou a cair após o anúncio de um programa de intervenções diárias do Banco Central.

Mas a moeda deve voltar a 2,40 reais nos próximos 12 meses, de acordo com a mediana das projeções de 32 economistas. A projeção é a mesma de um mês atrás.

"A intervenção é suficiente enquanto o Fed não iniciar a retirada de estímulo. No momento em que começar, vai ser um movimento global. O máximo que o BC pode fazer é minimizar", disse Luiz Eduardo Portella, sócio-gestor da Modal Asset Management, no Rio de Janeiro.

"Mas como ele já está vendendo muito dólar (por meio de swaps) numa região baixa, ele não vai poder vender muita coisa com o dólar acima de 2,50, senão ele vai estar compromentendo muito as reservas," acrescentou Portella, que fez a projeção mais pessimista na pesquisa: 2,80 reais, ante 2,40 reais na sondagem de um mês atrás.

Uma disparada do dólar na região pode ser evitada caso os bancos centrais elevem os juros, o que tornaria os títulos de dívida da região mais atrativos aos investidores estrangeiros, segundo Alfredo Coutino, diretor para a América Latina da Moody's Analytics.

"Os juros vão ter que subir", disse. A projeção de Coutino para o dólar no Brasil em 12 meses é de 2,20 reais, com Selic a 10,50 por cento ao final de 2014.

A aceleração do crescimento nos Estados Unidos, embora leve o Fed a retirar os estímulos, também pode ajudar as moedas latino-americanas por estimular a expansão de suas próprias economias. Mas, por ora, esse efeito só deve ajudar o México, que tem relações comerciais mais próximas com os Estados Unidos.

A projeção para o peso mexicano em 12 meses é de 12,615 por dólar, um pouco mais desvalorizado que na pesquisa de setembro mas ainda melhor que a taxa atual, em torno de 13,16.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCâmbioDólarMoedas

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mercados

Mais na Exame