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Dólar deve continuar abaixo de R$ 2?

Mercado acredita que Banco Central mudou a visão sobre a moeda e agora está mais preocupado com a inflação

Banco Central está atuando para valorizar o real e controlar a inflação (Stock.xchng)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2013 às 16h20.

São Paulo - Na opinião do economista Eduardo Velho, da Planner Corretora, o dólar entre 1,95 e 2 reais veio pra ficar. Nesta terça-feira, a moeda norte-americana foi negociada abaixo de 2 reais pela primeira vez desde julho do ano passado e continua assim nesta sessão.

Segundo Velho, ficou clara a atuação do Banco Central (BC) impulsionando a valorização do real em uma tentativa de controlar a inflação.

A preocupação se justifica pelas altas nas expectativas de inflação nos últimos meses. Segundo o relatório Focus do Banco Central desta semana, os economistas têm aumentado as estimativas para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor-Amplo) de 2013 há quatro semanas consecutivas, que saltaram de 5,49% para 5,67%.

Os sinais mais recentes de inflação continuam mostrando mais pressão. O IPCA-15, a prévia do indicador oficial, mostrou alta de 0,88% em janeiro, acima das expectativas mais pessimistas.

“Mexer na política cambial é uma das últimas alternativas que restaram ao BC para tentar controlar a inflação”, afirma o economista. Isso porque as próprias projeções apresentadas no Boletim Focus apontam que, apesar das sucessivas altas para a inflação, a taxa de juros deve permanecer inalterada – mostrando que o mercado já assumiu que enquanto o Brasil não apresentar uma recuperação consistente, ninguém mexe na taxa Selic.


“Esperávamos que em algum momento do ano, o BC ia usar política cambial para atenuar a inflação e levá-la para baixo de 5,8%”, explica.

Política monetária

Hoje, o ministro da Fazenda, Guido Mantega , negou que a desvalorização recente do dólar indique uma preocupação com a inflação. "(O câmbio) não é instrumento de política monetária para baixar preços. O único instrumento é o juros e outros mecanismos que o Banco Central pratica", afirmou.

Ainda assim, para o mercado as intenções do BC ficaram claras na ata da última reunião, divulgada na semana passada. “O mercado esperava que o corte nas tarifas de energia abrisse espaço para um aumento maior nos preços dos derivados de petróleo, porém outros componentes do índice de inflação aparentemente limitaram o aumento”, argumenta o Itaú BBA.

Segundo o JP Morgan, o texto da ata aponta uma mudança de postura do BC em relação à inflação. Ao mesmo tempo em que fechou a porta para cortes na taxa de juros, a autoridade monetária afirmou que “decisões futuras de política monetária serão tomadas com vistas a assegurar a convergência tempestiva da inflação para a trajetória de metas".

Dólar x Real nos últimos 3 meses

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Segundo Velho, ficou clara a atuação do Banco Central (BC) impulsionando a valorização do real em uma tentativa de controlar a inflação.

A preocupação se justifica pelas altas nas expectativas de inflação nos últimos meses. Segundo o relatório Focus do Banco Central desta semana, os economistas têm aumentado as estimativas para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor-Amplo) de 2013 há quatro semanas consecutivas, que saltaram de 5,49% para 5,67%.

Os sinais mais recentes de inflação continuam mostrando mais pressão. O IPCA-15, a prévia do indicador oficial, mostrou alta de 0,88% em janeiro, acima das expectativas mais pessimistas.

“Mexer na política cambial é uma das últimas alternativas que restaram ao BC para tentar controlar a inflação”, afirma o economista. Isso porque as próprias projeções apresentadas no Boletim Focus apontam que, apesar das sucessivas altas para a inflação, a taxa de juros deve permanecer inalterada – mostrando que o mercado já assumiu que enquanto o Brasil não apresentar uma recuperação consistente, ninguém mexe na taxa Selic.


“Esperávamos que em algum momento do ano, o BC ia usar política cambial para atenuar a inflação e levá-la para baixo de 5,8%”, explica.

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Hoje, o ministro da Fazenda, Guido Mantega , negou que a desvalorização recente do dólar indique uma preocupação com a inflação. "(O câmbio) não é instrumento de política monetária para baixar preços. O único instrumento é o juros e outros mecanismos que o Banco Central pratica", afirmou.

Ainda assim, para o mercado as intenções do BC ficaram claras na ata da última reunião, divulgada na semana passada. “O mercado esperava que o corte nas tarifas de energia abrisse espaço para um aumento maior nos preços dos derivados de petróleo, porém outros componentes do índice de inflação aparentemente limitaram o aumento”, argumenta o Itaú BBA.

Segundo o JP Morgan, o texto da ata aponta uma mudança de postura do BC em relação à inflação. Ao mesmo tempo em que fechou a porta para cortes na taxa de juros, a autoridade monetária afirmou que “decisões futuras de política monetária serão tomadas com vistas a assegurar a convergência tempestiva da inflação para a trajetória de metas".

Dólar x Real nos últimos 3 meses

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