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Dólar fecha estável com temores sobre covid e marco do saneamento no radar

Mercado teme que casos de coronavírus desacelerem recuperação econômica; por outro lado, marco do saneamento gera expectativa de entrada de capital externo

Dólar: na última sessão, a moeda à vista teve ganho de 3,33% (Robert Alexander/Reuters)

Dólar: na última sessão, a moeda à vista teve ganho de 3,33% (Robert Alexander/Reuters)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 25 de junho de 2020 às 17h00.

Última atualização em 25 de junho de 2020 às 18h08.

O dólar fechou praticamente estável ante o real, nesta quinta-feira, 25, com otimismo sobre a aprovação do projeto de lei do marco do saneamento contrastando com o pessimismo sobre o crescente número de infectados por coronavírus nos Estados Unidos. Com isso, o dólar teve ligeira alta de 0,1% e encerrou sendo vendido por 5,328 reais, enquanto o dólar turismo, com menor liquidez, subiu 1,1%, cotado a 5,62 reais.

Na quarta-feira, os Estados Unidos registraram 36.880 novos infectados, de acordo com os dados oficiais. Com isso, o país voltou a superar o recorde anterior, de 36.739 casos, registrado em 24 de abril. Os novos casos, segundo o New York Times, têm se concentrado em estados do sul e oeste americano, como Flórida, Texas, Oklahoma e Carolina do Sul. O temor é de que o crescente número de infectados dificulte os processos de reabertura no país e, consequentemente, desacelere a recuperação econômica.

Novos surtos da doença em países da Europa e da Ásia também preocupam os investidores, que, em sua maioria, viam os processos de reabertura dessas localidades como mais sustentáveis, já que se iniciaram após a doença ter atingido seu pico.

Na Alemanha, tida no início da pandemia como exemplo no controle à doença, mais 500.000 pessoas voltaram ao lockdown, após 1.500 trabalhadores de uma fábrica de embalagem de carnes terem sido diagnosticados com o coronavírus.

Apesar de ter fechado sem grandes variações, o pregão foi marcado pela alta volatilidade do real, chegando a alternar por diversas vezes entre o território positivo e o negativo.

Pela maior parte do dia, o exterior fez pressão negativa sobre a moeda local, com o dólar se valorizando frente a maioria das principais moedas emergentes. No entanto, a expectativa de que a aprovação do marco do saneamento desencadeie uma onda de investimento estrangeiro para o Brasil segurou o movimento de alta da moeda americana.

“O marco do saneamento abre o caminho para privatizações e entrada de dinheiro estrangeiro. Vai ser algo muito positivo para o Brasil”, afirmou Pablo Spyer, diretor de operações da Mirae Asset.

O mercado também espera que aprovação do marco do saneamento facilite a aprovação de outras pautas econômicas. "No mínimo, é uma sinalização que o Senado segue em linha para a aprovação de novos projetos", disse Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos.

Nesta manhã, os Estados Unidos também divulgaram que os dados semanais de pedidos de auxílio-desemprego ficaram em 1,480 milhão. Embora número tenha ficado abaixo do anterior, ficou acima das projeções de mercado, que esperavam 1,3 milhão de pedidos, ajudando a azedar o humor do mercado.

Já na última hora de pregão, as expectativas de que o Federal Reserve injetasse mais estímulos para atenuar os impactos econômicos do coronavírus ganharam força entre investidores americanos, fazendo com que os índices acionários dos Estados Unidos intensificassem o movimento de alta e as moedas emergentes valorizassem, inclusive a brasileira. O efeito chegou a fazer com que o dólar operasse em leve queda contra o real, mas logo voltou a subir, fechando levemente em alta.

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