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Dólar dispara e fecha acima de R$ 5,14 com temores sobre 2ª onda

Após reabrirem economia, estados americanos e países da Ásia registram crescimento do número de casos de covid-19

Dólar (Robert Alexander/Reuters)

Dólar (Robert Alexander/Reuters)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 15 de junho de 2020 às 17h10.

Última atualização em 15 de junho de 2020 às 17h14.

O dólar fechou em alta frente ao real, nesta segunda-feira, 15, refletindo o cenário negativo para as moedas emergentes, após estados americanos, como Texas e Florida, apresentarem recordes de casos de coronavírus no fim de semana. O aumento do número de infectados ocorre em meio aos processos de reabertura nos Estados Unidos, intensificando os temores sobre uma segunda onda de contaminação. Com isso, o dólar comercial fechou em alta de 1,9%, sendo vendido a 5,142 reais. O dólar turismo, com menor liquidez, subiu 2,1%, cotado a 5,35 reais.

"Esse aumento dos números de casos causam um furor no mercado. A gente ainda vai sofrer um pouco com a pandemia até entender direito como vai passar tudo isso", disse Vanei Nagem, analista de câmbio da Terra Investimentos. Segundo ele, ainda é cedo para afirmar que a moeda americana reverteu a tendência de queda, mas vê com cautela essa alta.

Apesar do ritmo de contaminação nos Estados Unidos ter voltado a crescer, autoridades econômicas do país descartam novos isolamentos sociais mais rígidos. Depois de o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, ter afastado a possibilidade de mais um lockdown, foi a vez do diretor do Conselho Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Larry Kudlow, dizer que os EUA seguem reabrindo sua economia.

Mas além dos EUA, países asiáticos também voltam a registrar novos casos, após terem atingido um grau ainda maior de controle da doença. Esses foram os casos da China e da Coreia do Sul, que vêm enfrentando o aumento do contágio desde que experimentaram uma flexibilização das quarentenas. Na Coreia, bairros badalados se tornaram os principais focos da doença, enquanto na China, o maior mercado de alimentos de Pequim precisou ser fechado.

Na máxima do dia, a moeda americana chegou a ser negociada por pouco mais de 5,22 reais. Porém, passou a perder força depois do anúncio de que o Federal Reserve irá comprar títulos de dívida corporativa, injetando ainda mais liquidez no mercado.

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Nesta segunda, os investidores globais repercutiram os dados da produção industrial chinesa de maio, que vieram abaixo das projeções. Com o país em plena recuperação, esperava-se que houvesse um crescimento de 5% na comparação anual, mas a expansão da produção industrial da China ficou em 4,4%, frustrando as expectativas do mercado.

Nas últimas semanas, o mercado estava bastante otimista com os dados econômicos, que vinham surpreendendo positivamente os investidores. O pico da euforia se deu no fim da primeira semana de junho, quando o payroll dos Estados Unidos mostrou expansão do mercado de trabalho, enquanto todo mundo esperava um forte crescimento do desemprego. Mas, na semana passada, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, tratou de mitigar o otimismo, alertando que a recuperação econômica pode não se dar de forma tão acelerada quanto se previa.

O medo de uma segunda onda de coronavírus também teve forte impacto no mercado financeiro, na quinta-feira passada, quando não houve pregão de dólar e ações no Brasil, devido ao feriado de Corpus Chirst.

No Brasil, também esteve no radar a notícia sobre a saída do secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, tido como um dos fiadores do ajuste fiscal. No entanto, o anúncio de Bruno Funchal, atual diretor de Programas do Ministério da Economia, para seu lugar foi vista como positiva pelo mercado.

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