Dólar se desvaloriza 2,2% e encerra sendo vendido por 5,318 reais (Oleg Golovnev/EyeEm/Getty Images)
Guilherme Guilherme
Publicado em 1 de julho de 2020 às 17h00.
Última atualização em 1 de julho de 2020 às 17h59.
O dólar fechou em queda contra o real, nesta quarta-feira, 1, acompanhando o movimento global de desvalorização da moeda americana. O motivo da queda do dólar passa pela a maior confiança sobre a recuperação da economia mundial, após dados da indústria e do mercado de trabalho americano surpreenderem os investidores. Os resultados preliminares da vacina do coronavírus desenvolvida pela Pfizer também injetou doses de otimismo nos investidores. Com isso, o dólar comercial caiu 2,2% e encerrou sendo vendido por 5,318 reais. O dólar turismo, com menos liquidez, subiu 0,9%, cotado a 5,73 reais.
Apesar de ter encerrado com forte desvalorização, a moeda americana amanheceu em alta e só virou depois da divulgação dos dados do instituto ADP sobre o mercado de trabalho americano. Embora a criação de 2,369 milhões de postos de trabalho em junho tenha decepcionado os investidores, que projetavam crescimento de 3 milhões de vagas nos Estados Unidos, agradou o mercado a revisão dos números de maio para crescimento de 3,065 milhões de postos ante a perda de 2,760 milhões de empregos.
“Tem mais gente empregada nos Estados Unidos. Isso passa uma sensação positiva. Por mais que os dados de junho tenham vindo abaixo do esperado, a revisão dos números de maio reduziu a aversão a risco”, afirmou Jefferson Ruik, diretor de câmbio da Correparti.
O mercado também repercutiu de forma positiva o índice de atividade industrial (ISM, na sigla em inglês), que subiu, em junho, para 52,6 pontos, ficando acima dos 50 pontos que delimitam a contração da expansão da atividade. O mercado esperava que o índice ficasse em 49,5 pontos.
No exterior, a maioria das moedas emergentes se valorizou contra o dólar, mas o clima ainda é de cautela com o crescimento do covid-19 nos Estados Unidos, onde alguns estados voltaram a apresentar números recordes de casos diários, como Texas. O que pode atenuar os temores sobre a doença é a descoberta de uma vacina. Nesta quarta, a Pfizer publicou os primeiros resultados clínicos de sua vacina, que, de acordo com relatórios preliminares, apresentou maior nível de anticorpos do que o constatado em pessoas que foram infectadas pelo vírus. O artigo em que a empresa reporta os resultados dos testes, porém, ainda não foi revisado pela comunidade científica.
A tensão entre China e Estados Unidos também preocupa, conforme o país asiático aumenta seu controle sobre Hong Kong. Nesta quarta, foi constada a primeira prisão na cidade autônoma pela lei de segurança, que permite prisões por “subversão” e “terrorismo”, aprovada na véspera. “Isso é muito ruim para a relação entre China e Estados Unidos”, comentou Ruik.