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Da Redação
Publicado em 11 de novembro de 2010 às 09h20.
Por Cristina Canas
São Paulo - O dólar comercial abriu o dia estável, negociado a R$ 1,709 no mercado interbancário de câmbio, a mesma cotação do fechamento de ontem, quando a moeda americana subiu 0,59%. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o dólar com liquidação à vista abriu as negociações em alta de 0,22%, a R$ 1,7143.
As discussões cambiais no âmbito do G-20 - grupo das 20 maiores economias do mundo - chegam à reta final e, como esperavam os analistas, os sinais são de que as conclusões do encontro que ocorre em Seul, na Coreia do Sul, serão pouco práticas. O fato é que os temas colocados na mesa de negociações - como adoção de metas nas contas correntes e criação de uma nova moeda de reserva - não são de fácil solução. Os trabalhos parecem caminhar para a adoção de regras comuns para disciplinar a guerra cambial - e não para acabar com ela.
EUA e China continuam emitindo sinais de que não estão dispostos a ceder em nada. A resposta da China ao anuncio do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) de injetar US$ 600 bilhões novos na economia foi um conjunto de medidas de controle de capitais e a alta de compulsório. Ambas as novidades servem para evitar a valorização do yuan e segurar a demanda interna, ao contrário daquilo que os EUA gostariam. Por sua vez, os norte-americanos anunciaram ontem que os primeiros US$ 105 bilhões serão despejados no mercado já nos próximos 30 dias, a partir de amanhã.
Em meio a esse cenário, o Brasil se coloca, na reunião de Seul, como defensor de nova moeda de reserva e procura conseguir a formalização de uma autorização para adotar medidas de controle de capital. O mercado brasileiro de câmbio assiste e se limita a acompanhar o rumo internacional da moeda norte-americana, que é de alta generalizada, embora não muito forte até o momento.
Para o fim do encontro do G-20, os investidores brasileiros esperam que o Brasil realmente adote novas medidas cambiais. A julgar pela insistência dos negociadores nacionais para que o G-20 legitime o controle de capitais por países que enfrentam a valorização de suas moedas, as medidas podem ser mais drásticas que as adotadas até o momento. "O dólar está em R$ 1,69, R$ 1,70 e isso não é satisfatório, porque estamos em desvantagem no mercado internacional, já que outros países estão vendendo mercadorias a preços mais baixos", ressaltou o ministro da Fazenda, Guido Mantega.