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Dólar cai sobre o real com apostas em impeachment

O dólar fechou em queda diante das crescentes apostas no impeachment da presidente Dilma ofuscando as atuações do Banco Central

Dólares: dólar recuou 0,44 por cento, a 3,4795 reais na venda (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de abril de 2016 às 17h22.

São Paulo - O dólar fechou em queda nesta quarta-feira diante das crescentes apostas no impeachment da presidente Dilma Rousseff ofuscando as intensas atuações do Banco Central no mercado para segurar a cotação da moeda norte-americana.

O dólar recuou 0,44 por cento, a 3,4795 reais na venda, após atingir 3,5644 reais na máxima deste pregão. O dólar futuro caía cerca de 0,50 por cento no final da tarde.

"O mercado está apostando muito forte que vamos ter uma troca de governo. Em função disso, mesmo a atuação do BC não foi suficiente para segurar a moeda", disse o operador de câmbio da corretora Correparti Jefferson Luiz Rugik.

O BC manteve a estratégia de atuar fortemente no mercado, após fazer na véspera cinco leilões de swaps reversos, equivalentes a compra futura de dólares, e vender 160 mil contratos. Para muitos, a autoridade monetária quer evitar quedas abruptas do dólar para preservar o setor exportador. Só nesta semana, a moeda acumulou perda de 3,25 por cento sobre o real.

Neste pregão, o BC repetiu a dose com cinco leilões de swaps reversos, mas vendeu ao todo 105 mil contratos, que equivalem a cerca de 5,25 bilhões de dólares. Com isso, no mês até agora, já reduziu em 15,53 bilhões de dólares o estoque dos swaps tradicionais, que estava em torno de 100 bilhões de dólares. Além disso, o BC não divulgou para este pregão leilão de rolagem dos swaps tradicionais, equivalentes a venda futura de dólares, que vencem no mês que vem e correspondem a 10,385 bilhões de dólares, repetindo a estratégia da véspera.

"Muita gente que havia feito hedge cambial se desfez dessa posição nos dois últimos dias e o BC aproveitou esse movimento para acelerar a redução do estoque (de swaps tradicionais)", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.

"Acho que boa parte desse ajuste já aconteceu, mas ainda temos alguns dias até a votação do impeachment então não dá para descartar volatilidade", acrescentou.

A intervenção do BC vem no momento em que crescentes apostas no impeachment de Dilma empurram a moeda norte-americana para baixo. Muitos operadores entendem que eventual troca de governo poderia atrair capitais de volta ao país.

A perspectiva de impeachment ganhou mais força na noite passada com o desembarque do PP do governo. Segundo o líder do partido na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PB), maioria "expressiva" da bancada é favorável ao impeachment, mas não há fechamento de questão sobre a votação.

O PRB, que também era da base do governo, anunciou que sua bancadas na Congresso votarão a favor do impeachment. Já o PSD pode divulgar no fim da tarde desta quarta-feira sua orientação para a votação sobre a abertura do impeachment, mas a maioria dos deputados já se posicionou a favor do processo.

A Câmara dos Deputados votará sobre a abertura do processo de impeachment no domingo. Pesquisa realizada por um importante banco internacional com clientes sugere que o cenário de impeachment estaria precificado nos mercados em pouco mais de 70 por cento, na média. Nos mercados externos, dados fortes sobre o comércio na China traziam algum alívio ao câmbio, apesar do recuo dos preços do petróleo.

Texto atualizado às 17h22

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São Paulo - O dólar fechou em queda nesta quarta-feira diante das crescentes apostas no impeachment da presidente Dilma Rousseff ofuscando as intensas atuações do Banco Central no mercado para segurar a cotação da moeda norte-americana.

O dólar recuou 0,44 por cento, a 3,4795 reais na venda, após atingir 3,5644 reais na máxima deste pregão. O dólar futuro caía cerca de 0,50 por cento no final da tarde.

"O mercado está apostando muito forte que vamos ter uma troca de governo. Em função disso, mesmo a atuação do BC não foi suficiente para segurar a moeda", disse o operador de câmbio da corretora Correparti Jefferson Luiz Rugik.

O BC manteve a estratégia de atuar fortemente no mercado, após fazer na véspera cinco leilões de swaps reversos, equivalentes a compra futura de dólares, e vender 160 mil contratos. Para muitos, a autoridade monetária quer evitar quedas abruptas do dólar para preservar o setor exportador. Só nesta semana, a moeda acumulou perda de 3,25 por cento sobre o real.

Neste pregão, o BC repetiu a dose com cinco leilões de swaps reversos, mas vendeu ao todo 105 mil contratos, que equivalem a cerca de 5,25 bilhões de dólares. Com isso, no mês até agora, já reduziu em 15,53 bilhões de dólares o estoque dos swaps tradicionais, que estava em torno de 100 bilhões de dólares. Além disso, o BC não divulgou para este pregão leilão de rolagem dos swaps tradicionais, equivalentes a venda futura de dólares, que vencem no mês que vem e correspondem a 10,385 bilhões de dólares, repetindo a estratégia da véspera.

"Muita gente que havia feito hedge cambial se desfez dessa posição nos dois últimos dias e o BC aproveitou esse movimento para acelerar a redução do estoque (de swaps tradicionais)", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.

"Acho que boa parte desse ajuste já aconteceu, mas ainda temos alguns dias até a votação do impeachment então não dá para descartar volatilidade", acrescentou.

A intervenção do BC vem no momento em que crescentes apostas no impeachment de Dilma empurram a moeda norte-americana para baixo. Muitos operadores entendem que eventual troca de governo poderia atrair capitais de volta ao país.

A perspectiva de impeachment ganhou mais força na noite passada com o desembarque do PP do governo. Segundo o líder do partido na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PB), maioria "expressiva" da bancada é favorável ao impeachment, mas não há fechamento de questão sobre a votação.

O PRB, que também era da base do governo, anunciou que sua bancadas na Congresso votarão a favor do impeachment. Já o PSD pode divulgar no fim da tarde desta quarta-feira sua orientação para a votação sobre a abertura do impeachment, mas a maioria dos deputados já se posicionou a favor do processo.

A Câmara dos Deputados votará sobre a abertura do processo de impeachment no domingo. Pesquisa realizada por um importante banco internacional com clientes sugere que o cenário de impeachment estaria precificado nos mercados em pouco mais de 70 por cento, na média. Nos mercados externos, dados fortes sobre o comércio na China traziam algum alívio ao câmbio, apesar do recuo dos preços do petróleo.

Texto atualizado às 17h22

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