Dólar cai sobre o real com apostas em impeachment
O dólar fechou em queda diante das crescentes apostas no impeachment da presidente Dilma ofuscando as atuações do Banco Central
Da Redação
Publicado em 13 de abril de 2016 às 17h22.
São Paulo - O dólar fechou em queda nesta quarta-feira diante das crescentes apostas no impeachment da presidente Dilma Rousseff ofuscando as intensas atuações do Banco Central no mercado para segurar a cotação da moeda norte-americana.
O dólar recuou 0,44 por cento, a 3,4795 reais na venda, após atingir 3,5644 reais na máxima deste pregão. O dólar futuro caía cerca de 0,50 por cento no final da tarde.
"O mercado está apostando muito forte que vamos ter uma troca de governo. Em função disso, mesmo a atuação do BC não foi suficiente para segurar a moeda", disse o operador de câmbio da corretora Correparti Jefferson Luiz Rugik.
O BC manteve a estratégia de atuar fortemente no mercado, após fazer na véspera cinco leilões de swaps reversos, equivalentes a compra futura de dólares, e vender 160 mil contratos. Para muitos, a autoridade monetária quer evitar quedas abruptas do dólar para preservar o setor exportador. Só nesta semana, a moeda acumulou perda de 3,25 por cento sobre o real.
Neste pregão, o BC repetiu a dose com cinco leilões de swaps reversos, mas vendeu ao todo 105 mil contratos, que equivalem a cerca de 5,25 bilhões de dólares. Com isso, no mês até agora, já reduziu em 15,53 bilhões de dólares o estoque dos swaps tradicionais, que estava em torno de 100 bilhões de dólares. Além disso, o BC não divulgou para este pregão leilão de rolagem dos swaps tradicionais, equivalentes a venda futura de dólares, que vencem no mês que vem e correspondem a 10,385 bilhões de dólares, repetindo a estratégia da véspera.
"Muita gente que havia feito hedge cambial se desfez dessa posição nos dois últimos dias e o BC aproveitou esse movimento para acelerar a redução do estoque (de swaps tradicionais)", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.
"Acho que boa parte desse ajuste já aconteceu, mas ainda temos alguns dias até a votação do impeachment então não dá para descartar volatilidade", acrescentou.
A intervenção do BC vem no momento em que crescentes apostas no impeachment de Dilma empurram a moeda norte-americana para baixo. Muitos operadores entendem que eventual troca de governo poderia atrair capitais de volta ao país.
A perspectiva de impeachment ganhou mais força na noite passada com o desembarque do PP do governo. Segundo o líder do partido na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PB), maioria "expressiva" da bancada é favorável ao impeachment, mas não há fechamento de questão sobre a votação.
O PRB, que também era da base do governo, anunciou que sua bancadas na Congresso votarão a favor do impeachment. Já o PSD pode divulgar no fim da tarde desta quarta-feira sua orientação para a votação sobre a abertura do impeachment, mas a maioria dos deputados já se posicionou a favor do processo.
A Câmara dos Deputados votará sobre a abertura do processo de impeachment no domingo. Pesquisa realizada por um importante banco internacional com clientes sugere que o cenário de impeachment estaria precificado nos mercados em pouco mais de 70 por cento, na média. Nos mercados externos, dados fortes sobre o comércio na China traziam algum alívio ao câmbio, apesar do recuo dos preços do petróleo.
Texto atualizado às 17h22
São Paulo - O dólar fechou em queda nesta quarta-feira diante das crescentes apostas no impeachment da presidente Dilma Rousseff ofuscando as intensas atuações do Banco Central no mercado para segurar a cotação da moeda norte-americana.
O dólar recuou 0,44 por cento, a 3,4795 reais na venda, após atingir 3,5644 reais na máxima deste pregão. O dólar futuro caía cerca de 0,50 por cento no final da tarde.
"O mercado está apostando muito forte que vamos ter uma troca de governo. Em função disso, mesmo a atuação do BC não foi suficiente para segurar a moeda", disse o operador de câmbio da corretora Correparti Jefferson Luiz Rugik.
O BC manteve a estratégia de atuar fortemente no mercado, após fazer na véspera cinco leilões de swaps reversos, equivalentes a compra futura de dólares, e vender 160 mil contratos. Para muitos, a autoridade monetária quer evitar quedas abruptas do dólar para preservar o setor exportador. Só nesta semana, a moeda acumulou perda de 3,25 por cento sobre o real.
Neste pregão, o BC repetiu a dose com cinco leilões de swaps reversos, mas vendeu ao todo 105 mil contratos, que equivalem a cerca de 5,25 bilhões de dólares. Com isso, no mês até agora, já reduziu em 15,53 bilhões de dólares o estoque dos swaps tradicionais, que estava em torno de 100 bilhões de dólares. Além disso, o BC não divulgou para este pregão leilão de rolagem dos swaps tradicionais, equivalentes a venda futura de dólares, que vencem no mês que vem e correspondem a 10,385 bilhões de dólares, repetindo a estratégia da véspera.
"Muita gente que havia feito hedge cambial se desfez dessa posição nos dois últimos dias e o BC aproveitou esse movimento para acelerar a redução do estoque (de swaps tradicionais)", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.
"Acho que boa parte desse ajuste já aconteceu, mas ainda temos alguns dias até a votação do impeachment então não dá para descartar volatilidade", acrescentou.
A intervenção do BC vem no momento em que crescentes apostas no impeachment de Dilma empurram a moeda norte-americana para baixo. Muitos operadores entendem que eventual troca de governo poderia atrair capitais de volta ao país.
A perspectiva de impeachment ganhou mais força na noite passada com o desembarque do PP do governo. Segundo o líder do partido na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PB), maioria "expressiva" da bancada é favorável ao impeachment, mas não há fechamento de questão sobre a votação.
O PRB, que também era da base do governo, anunciou que sua bancadas na Congresso votarão a favor do impeachment. Já o PSD pode divulgar no fim da tarde desta quarta-feira sua orientação para a votação sobre a abertura do impeachment, mas a maioria dos deputados já se posicionou a favor do processo.
A Câmara dos Deputados votará sobre a abertura do processo de impeachment no domingo. Pesquisa realizada por um importante banco internacional com clientes sugere que o cenário de impeachment estaria precificado nos mercados em pouco mais de 70 por cento, na média. Nos mercados externos, dados fortes sobre o comércio na China traziam algum alívio ao câmbio, apesar do recuo dos preços do petróleo.
Texto atualizado às 17h22