Mercados

Dólar cai com exterior e nova atuação do Banco Central

Às 10:02, o dólar recuava 0,36 por cento, a 3,8283 reais na venda, depois de terminar a sessão anterior em baixa de 0,35 por cento, a 3,8423 reais

O dólar iniciou a terça-feira em baixa, sob influência do mercado internacional (Gary Cameron/Reuters)

O dólar iniciou a terça-feira em baixa, sob influência do mercado internacional (Gary Cameron/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 4 de dezembro de 2018 às 09h12.

Última atualização em 4 de dezembro de 2018 às 10h30.

São Paulo - O dólar operava em baixa nesta terça-feira, sob influência do mercado internacional diante da preocupação com a economia norte-americana e os temores da guerra comercial mesmo depois da trégua entre Estados Unidos e China, e também após mais um leilão de linha anunciado pelo Banco Central.

Às 10:02, o dólar recuava 0,36 por cento, a 3,8283 reais na venda, depois de terminar a sessão anterior em baixa de 0,35 por cento, a 3,8423 reais. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 0,4 por cento.

"O dólar perdendo terreno contra as principais divisas globais (parece ser um) movimento que indica remeter ao (banco central dos EUA) Fed e a (chairman) Jerome Powell mais cautelosos em termos de aperto monetário pelos EUA", escreveu a corretora H.Commcor ao destacar ainda o recuo dos rendimentos dos Treasuries.

No exterior, o dólar caía forte ante a cesta de moedas e ante as divisas de emergentes, como os pesos mexicano e chileno. Os rendimentos dos Treasuries caíam, com os juros do trecho mais curto superando os do mais longo, num achatamento da curva que não acontecia desde 2007 e que pode estar indicando uma desaceleração econômica iminente nos Estados Unidos.

Diante dessa perspectiva, o Federal Reserve, banco central do país, pode subir menos do que o previsto a taxa de juros no país, e o chairman da instituição e a ata do último encontro de política monetária do Fed já indicaram isso na semana passada.

Os dados do relatório do mercado de trabalho dos EUA, na sexta-feira, serão, assim, um bom teste para o mercado, uma vez que um enfraquecimento dos números pode reforçar essa leitura, favorecendo a manutenção de recursos hoje aplicados em recursos emergentes como o Brasil.

A trégua comercial entre EUA e China também segue no foco, depois que, numa releitura, os investidores avaliaram que o encontro do final de semana ainda trouxe resultados muito pouco palpáveis e é preciso ver com andarão as negociações entre os países nos próximos 90 dias.

Internamente, as atenções se voltam novamente para a possibilidade de votação do projeto de cessão onerosa no Senado, após vários adiamentos. A aprovação permitirá leilão bilionário que ajudará o novo governo no ajuste das contas públicas.

A reforma da Previdência, principal aposta para esse ajuste, entretanto, ainda terá que ser negociada sob o chapéu do governo Jair Bolsonaro.

As declarações do futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, nesse sentido, no entanto, podem conter um pouco o otimismo do mercado, uma vez que avisou que o próximo governo não quer uma reforma apressada, embora a expectativa seja aprová-la no primeiro ano.

O Banco Central anunciou que fará nesta terça-feira mais um leilão de linha --venda com compromisso de recompra-- com oferta de até 1 bilhão de dólares, com o objetivo de dar liquidez ao mercado. No final de novembro, a autoridade já havia injetado 3 bilhões de dólares em novos leilões de linha, além de ter rolado todo o vencimento de 1,250 bilhão de dólares que venciam neste dia 4.

A autoridade também realiza nesta sessão leilão de até 13,83 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de janeiro, no total de 10,373 bilhões de dólares.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la nas próximas três semanas, como previu o BC em nota, terá feito a rolagem integral.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCâmbioDólar

Mais de Mercados

Ibovespa amplia queda com dúvidas sobre fiscal e dólar sobe a R$ 5,89

O que explica a valorização de US$ 350 bi da Tesla? 'Espíritos animais', citam analistas

No pior ano desde 2020, funcionários da Starbucks receberão apenas 60% do bônus

Pacote fiscal, formação do Governo Trump e prévia do PIB americano: os assuntos que movem o mercado