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Dólar cai 1,24% com exterior, BC e manifestações

Os investidores também reagiram bem após o referendo na Itália, que levou à renúncia do primeiro-ministro Matteo Renzi

Dólar: "Os maiores alvos das manifestações foram os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado. Por enquanto, Temer está sendo poupado" (Marcos Santos/USP Imagens)
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Reuters

Publicado em 5 de dezembro de 2016 às 17h46.

São Paulo - O dólar caiu mais de 1 por cento ante o real nesta segunda-feira, com o mercado aliviado pelo resultado das manifestações contra a corrupção por todo o país na véspera e com a atuação do Banco Central no câmbio.

Os investidores também reagiram bem após o referendo na Itália, que levou à renúncia do primeiro-ministro Matteo Renzi.

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O dólar recuou 1,24 por cento, a 3,4294 reais na venda, depois de fechar a semana passada com alta acumulada de 1,73 por cento e no maior nível desde meados de junho.

Na mínima da sessão, a moeda norte-americana marcou 3,4243 reais e, na máxima, 3,4819 reais. O dólar futuro tinha desvalorização de cerca de 1,4 por cento no final da tarde.

"Os maiores alvos das manifestações foram os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado. Por enquanto, Temer está sendo poupado", comentou o operador da Advanced Corretora Alessandro Faganello, referindo-se ao presidente Michel Temer.

Manifestantes tomaram as ruas neste domingo em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Recife e outras cidades brasileiras para protestar contra corrupção, com foco em parlamentares e no presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e numa demonstração de apoio à operação Lava Jato.

O país continua em recessão e pressões sobre a equipe econômica começam a surgir entre os agentes econômicos, sobretudo após a saída de mais um ministro do governo Temer (Geddel Vieira Lima) por denúncias, que alimentou temores de que poderia ter dificuldade para aprovar no Congresso Nacional medidas econômicas.

No final desta tarde, o governo vai apresentar sua proposta para a reforma da Previdência à base aliada e centrais sindicais, e encaminhá-la na terça-feira ao Congresso Nacional.

A reforma prevê, entre outros pontos, a definição de idade mínima única de 65 anos para aposentadoria, com regra de transição a partir dos 45 anos para mulheres e 50 anos para os homens.

O tema é considerado um dos mais importantes para colocar as contas públicas do país em ordem.

"Aproveitamos o ambiente mais calmo para dar um ajustada (no câmbio). O dólar aqui está caindo mais do que ante outras divisas lá fora", comparou um operador de câmbio de uma corretora doméstica, citando, por exemplo, o peso mexicano.

A atuação do BC também contribuiu para a queda do dólar nesta sessão, com a venda integral de até 15 mil swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares para rolagem.

A autoridade monetária começou na sexta-feira a rolagem dos contratos que vencem em janeiro.

No exterior, os mercados reagiram com certo alívio ao resultado do referendo na Itália, por meio do qual foi rejeitada a proposta do primeiro-ministro sobre reforma constitucional. Renzi decidiu renunciar após dois anos e meio no gabinete.

O euro chegou a cair para a mínima de 20 meses contra o dólar, à medida que os mercados ficaram preocupados que a instabilidade da Itália possa reiniciar uma crise financeira e afetar o frágil setor bancário italiano.

No entanto, a moeda se recuperou e chegou a tocar a máxima em quase três semanas ante o dólar.

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