Dólar: a divisa norte-americana encerrou o pregão desta terça-feira com desvalorização de 0,36 por cento (Marcos Santos/USP Imagens)
Da Redação
Publicado em 5 de março de 2013 às 17h38.
São Paulo - O dólar fechou em queda frente ao real pelo segundo dia seguido, influenciado pelo maior apetite por risco apoiado num cenário externo mais positivo, mas investidores continuavam atentos a possíveis intervenções do Banco Central, segurando movimentações mais bruscas na moeda norte-americana.
O dólar caiu 0,36 por cento, a 1,9650 real na venda, após atingir máxima de 1,9725 real e mínima de 1,9641 real na sessão. Segundo dados da BM&F, o volume negociado ficou em torno de 2,8 bilhões de dólares.
"A melhora no mercado lá fora acabou fazendo esse movimento de queda", disse o operador de câmbio da Renascença José Carlos Amado.
Nesta sessão, o mercado acompanhou o movimento dos mercados acionários, entre outros, animados por notícias positivas de importantes economias.
Nos Estados Unidos, o crescimento do amplo setor de serviços acelerou ao nível mais alto em um ano em fevereiro, enquanto na China, há a promessa de que o novo governo focará no consumo para reduzir as desigualdades sociais e garantir crescimento econômico de 7,5 por cento em 2013.
A vigilância do BC sobre o mercado de câmbio também continuava pesando e limitando movimentos mais bruscos. No fim de fevereiro, o presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini, afirmou que o banco reagiria a qualquer volatilidade no mercado de câmbio.
A declaração corroborou interpretações entre especialistas de que as intervenções teriam o objetivo de conter movimentos bruscos, e não necessariamente defender um patamar específico, embora o intervalo de 1,95 a 2 reais seja amplamente visto como as extremidades de uma banda informal.
A queda do dólar ante o real nesta sessão também veio com a expectativa de que a economia brasileira passe a registrar entrada líquida de divisas estrangeiras à medida que as safras de commodities agrícolas ganham fôlego nos próximos meses, além de eventual aumento na taxa básica de juros do país em algum momento e que atrairia capital estrangeiro para o país.
"Os bancos estão trabalhando vendidos. Com a perspectiva de aumentar os juros, aumenta a posição vendida dos bancos", disse o operador de câmbio da B&T Corretora de Câmbio Marcos Trabbold.
"Agora, tem que ver em que ponto o Banco Central vai intervir.
Esse é o limite que ninguém sabe".