Dólares: em dezembro, a moeda norte-americana no balcão acumulou ganho de 0,86% e, em 2013, de +15,21% (Karen Bleier/AFP)
Da Redação
Publicado em 30 de dezembro de 2013 às 17h03.
São Paulo - Com a agenda externa muito fraca nesta segunda-feira, 30, o tom dos negócios com câmbio foi dado pela disputa em torno da última Ptax de 2013 e o fluxo cambial negativo. Passada a briga matinal em torno da definição da Ptax, que fechou em queda, o mercado de câmbio brasileiro ficou mais solto à tarde.
O dólar à vista ampliou os ganhos ante o real e fechou em alta. Um fluxo de saída de recursos mais forte à tarde deu impulso extra à moeda em meio ao volume de negócios reduzido pela ausência de uma grande parcela dos investidores nesta antevéspera da virada de ano.
No mercado à vista, o dólar encerrou hoje a R$ 2,3560 no balcão, com alta de 0,60%. Em dezembro, a moeda norte-americana no balcão acumulou ganho de 0,86% e, em 2013, de +15,21%.
Com apenas um negócio confirmado, o dólar pronto na BM&FBovespa terminou a R$ 2,330 (-1,15%).
O giro total no mercado à vista registrado na clearing de câmbio somou cerca de US$ 2,871 bilhões para liquidação em dois dias, ou seja, em 2 de janeiro.
A última Ptax do ano, definida no começo da tarde, ficou em R$ 2,3426, com queda de 0,48%, em relação ao fechamento de sexta-feira (R$ 2,3538). Ainda assim, a taxa Ptax acumulou em dezembro uma leve alta de 0,76% e, no acumulado do ano, subiu 14,64%.
A Ptax desta segunda-feira será usada na liquidação dos contratos futuros de câmbio que vencem em janeiro e também dos quase US$ 10 bilhões em swaps cambiais que vencem dia 2, além de ajustes nos balanços corporativos de fim de ano.
Na BM&FBovespa, às 16h43, o contrato de dólar para janeiro de 2014, que será liquidado no dia 2/1, estava em alta, a R$ 2,3425 (+0,11%). Já o contrato futuro para fevereiro de 2014 subia 0,59%, a R$ 2,3735. Este vencimento de dólar passa a concentrar a liquidez a partir de hoje.
O estrategista-chefe do banco Mizuho do Brasil, Luciano Rostagno, disse que o fluxo de saída pressionou o dólar à tarde, anulando qualquer possibilidade de alívio derivado do exterior.
Durante o dia, não houve uma reação direta dos investidores ao aumento de 0,38% para 6,38% da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para cartões de débito no exterior, compras de cheques de viagem (traveller checks) e saques de moeda estrangeira em outros países.
Mas alguns analistas não descartam a possibilidade de uma futura taxação para a compra de dólar em espécie no mercado de balcão das instituições financeiras e uma corrente de operadores aposta, ainda, que o próprio mercado tenderia a elevar o preço do dólar turismo vendido em balcão.