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Dólar acumula alta de 11,39% no ano

A valorização do dólar tem ocorrido principalmente pela incerteza do mercado sobre em qual momento o Federal Reserve vai reduzir os estímulos da economia

Somente em julho, o dólar avançou 2,11% - foi o terceiro mês consecutivo de elevação (Stephen Hilger/Bloomberg News)
DR

Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2013 às 09h36.

São Paulo - O dólar comercial lidera o ranking de investimentos deste ano. A moeda americana acumula alta de 11,39%. Somente em julho, o dólar avançou 2,11% - foi o terceiro mês consecutivo de elevação.

A valorização do dólar tem ocorrido principalmente pela incerteza do mercado sobre em qual momento o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) vai reduzir os estímulos da economia.

"Ainda há uma visão de que em algum momento as taxas de juros vão subir nos Estados Unidos, o que provoca uma fuga dos investidores (do Brasil)", afirmou Michael Viriato, professor do Insper. "Há muita volatilidade no mercado. É difícil dizer se há uma tendência de desvalorização da moeda brasileira."

A saída de investidores tem afetado o desempenho da Bolsa neste ano. O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) já caiu 20,86% em 2013 e está na lanterna do ranking.

No mês passado, porém, veio um alívio: o Ibovespa avançou 1,64%, a primeira alta da Bolsa neste ano. Em parte, a recuperação ocorreu justamente pela indicação de que o Fed não deve retirar os estímulos tão rápido como o mercado esperava.

"Houve uma recuperação em função de o Fed dar o indicativo de que ele não vai retirar esses estímulos tão rapidamente, o que acabou favorecendo a Bolsa", disse Fabio Colombo, administrador de investimentos.

Além da turbulência internacional, a Bolsa brasileira tem sido prejudicada pelo cenário macroeconômico ruim. As previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano estão próximas de 2%. "A economia brasileira sofre com os problemas internos de baixo crescimento, as balanças comercial e de pagamentos estão pressionadas e as manifestações não se encerram", afirmou Colombo.


Em julho, a boa notícia para o investidor foi a menor pressão inflacionária. Todas as aplicações tiveram ganho real. O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) teve alta de 0,26%, e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) - uma prévia da inflação oficial do País - avançou apenas 0,07%.

O cenário de investimento do mês passado também foi marcado por um bom desempenho dos fundos DI, que superaram a poupança nova. As aplicações a juros foram favorecidas pelo aumento da Selic, de 8% ao ano para 8,5% ao ano.

"Mas, analisando numa escala mais ampla, a inflação continua rodando na faixa de 6%. Para uma Selic de 8,5%, a perspectiva de ganho continua ruim para o investidor que aposta na renda fixa quando são descontados a taxa de administração e o Imposto de Renda das aplicações", afirmou Colombo.

Diversificação

O momento de incerteza no cenário de investimentos reforça a tese de diversificação, segundo Colombo. "O investidor não pode colocar todos os ovos na mesma cesta. Quem é extremamente conservador deve procurar aplicações com custos baixos. É preciso batalhar pelos custos e pesquisar bastante", afirmou.

Na avaliação do professor do Insper, o mercado acionário pode trazer ganhos interessantes por causa da forte queda do Ibovespa em 2013.

"Uma queda de 20% no mercado acionário brasileiro ainda é muito forte. O resultado das empresas pode trazer números pouco agradáveis, o que ainda deve pressionar a Bolsa brasileira. Mas grande parte desses resultados já está refletida no preço das ações", afirmou Viriato. "Continuo acreditando que a Bolsa pode melhorar até o fim deste ano."

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São Paulo - O dólar comercial lidera o ranking de investimentos deste ano. A moeda americana acumula alta de 11,39%. Somente em julho, o dólar avançou 2,11% - foi o terceiro mês consecutivo de elevação.

A valorização do dólar tem ocorrido principalmente pela incerteza do mercado sobre em qual momento o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) vai reduzir os estímulos da economia.

"Ainda há uma visão de que em algum momento as taxas de juros vão subir nos Estados Unidos, o que provoca uma fuga dos investidores (do Brasil)", afirmou Michael Viriato, professor do Insper. "Há muita volatilidade no mercado. É difícil dizer se há uma tendência de desvalorização da moeda brasileira."

A saída de investidores tem afetado o desempenho da Bolsa neste ano. O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) já caiu 20,86% em 2013 e está na lanterna do ranking.

No mês passado, porém, veio um alívio: o Ibovespa avançou 1,64%, a primeira alta da Bolsa neste ano. Em parte, a recuperação ocorreu justamente pela indicação de que o Fed não deve retirar os estímulos tão rápido como o mercado esperava.

"Houve uma recuperação em função de o Fed dar o indicativo de que ele não vai retirar esses estímulos tão rapidamente, o que acabou favorecendo a Bolsa", disse Fabio Colombo, administrador de investimentos.

Além da turbulência internacional, a Bolsa brasileira tem sido prejudicada pelo cenário macroeconômico ruim. As previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano estão próximas de 2%. "A economia brasileira sofre com os problemas internos de baixo crescimento, as balanças comercial e de pagamentos estão pressionadas e as manifestações não se encerram", afirmou Colombo.


Em julho, a boa notícia para o investidor foi a menor pressão inflacionária. Todas as aplicações tiveram ganho real. O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) teve alta de 0,26%, e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) - uma prévia da inflação oficial do País - avançou apenas 0,07%.

O cenário de investimento do mês passado também foi marcado por um bom desempenho dos fundos DI, que superaram a poupança nova. As aplicações a juros foram favorecidas pelo aumento da Selic, de 8% ao ano para 8,5% ao ano.

"Mas, analisando numa escala mais ampla, a inflação continua rodando na faixa de 6%. Para uma Selic de 8,5%, a perspectiva de ganho continua ruim para o investidor que aposta na renda fixa quando são descontados a taxa de administração e o Imposto de Renda das aplicações", afirmou Colombo.

Diversificação

O momento de incerteza no cenário de investimentos reforça a tese de diversificação, segundo Colombo. "O investidor não pode colocar todos os ovos na mesma cesta. Quem é extremamente conservador deve procurar aplicações com custos baixos. É preciso batalhar pelos custos e pesquisar bastante", afirmou.

Na avaliação do professor do Insper, o mercado acionário pode trazer ganhos interessantes por causa da forte queda do Ibovespa em 2013.

"Uma queda de 20% no mercado acionário brasileiro ainda é muito forte. O resultado das empresas pode trazer números pouco agradáveis, o que ainda deve pressionar a Bolsa brasileira. Mas grande parte desses resultados já está refletida no preço das ações", afirmou Viriato. "Continuo acreditando que a Bolsa pode melhorar até o fim deste ano."

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