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Dólar abre em queda após BC anunciar leilão de rolagem de linhas

Às 9:09, o dólar recuava 0,41%, a 4,0850 reais na venda

Câmbio: dólar recuava ante o real no início do pregão desta segunda-feira (Tomasz Zajda/Getty Images)

Câmbio: dólar recuava ante o real no início do pregão desta segunda-feira (Tomasz Zajda/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 20 de maio de 2019 às 09h13.

Última atualização em 20 de maio de 2019 às 10h36.

São Paulo — O dólar recuava ante o real no início do pregão desta segunda-feira, depois da decisão do Banco Central de realizar leilões de rolagem de linha após a moeda superar o patamar de 4,10 reais na sexta-feira, e ainda monitorando a cena política interna na tramitação da Previdência.

Às 10:23, o dólar recuava 0,19%, a 4,0941 reais na venda.

Na sexta-feira, a divisa norte-americana fechou com avanço de 1,62 por cento, a 4,1019 reais, maior patamar desde setembro de 2018. Na semana, o dólar ganhou 4 por cento, maior rali semanal desde agosto de 2018.

O dólar futuro perdia cerca de 0,2% neste pregão.

O BC anunciou na sexta-feira leilões de rolagem de linha de dólares com compromisso de recompra nos dias 20, 21 e 22 de maio, em operação que pode evitar o enxugamento de liquidez do sistema e, assim, abrandar a valorização do dólar.

"Leilão de linha amortece a volatilidade, mas ela deve seguir enquanto houver esse quadro político, enquanto ficar sem a definição sobre se vai ser aprovada a reforma da Previdência. E se sim, qual vai ser a reforma aprovada", avaliou o economista-chefe da Geral Asset, Denilson Alencastro.

Apesar das perdas do dólar nesta segunda-feira, o que agentes financeiros avaliam como sendo momentâneo. Persiste entre participantes do mercado o sentimento de cautela com relação à atuação política do governo, em especial no que diz respeito à articulação da reforma da Previdência, e cautela com exterior.

Na sexta-feira, o presidente da comissão especial da Previdência, deputado Marcelo Ramos (PR-AM), disse à Reuters que a Câmara dos Deputados irá assumir a dianteira das negociações e produzirá um novo texto a partir das emendas apresentadas e da proposta original.

No entanto, ele recuou no fim de semana da ideia de propor um novo texto e disse que a intenção dos parlamentares é fazer mudanças significativas na estrutura do projeto, como rejeitar a chamada desconstitucionalização defendida pelo governo, segundo reportagem do jornal O Globo nesta segunda-feira.

Já o presidente Jair Bolsonaro afirmou, em publicação no Twitter, afirmou que o governo apresentará ao Congresso uma proposta de reforma tributária depois que a reforma previdenciária for aprovada, por compreender ser "um desejo urgente dos brasileiros".

Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, participam às 17h da apresentação da segunda fase da Campanha Publicitária "Nova Previdência: Pode perguntar", e se reúnem em seguida.

Em meio a esse clima espinhoso entre Executivo e Legislativo, o governo precisa que o Congresso vote 10 medidas provisórias que devem caducar até o início de junho, entre elas a da reestruturação dos ministérios.

No exterior, a disputa entre China e Estados Unidos permanece no radar, de olho em possível retaliação de Pequim após o governo do presidente norte-americano, Donald Trump, anunciar sanções à Huawei no fim da semana passada.

O BC também realiza nesta sessão leilão de até 5,05 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de julho, no total de 10,089 bilhões de dólares.

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