Mercados

Dívida da Oi pode virar lixo com aumento da concorrência

O rendimento dos títulos com vencimento em 2020 da Oi subiu 0,74 ponto percentual no último mês, para 4,97 por cento


	A participação da Oi no mercado de telefonia móvel hoje é 11% menor do que era no pico, em junho de 2009, e a empresa registrou lucros mais baixos em oito dos últimos nove trimestres
 (Pedro Zambarda/EXAME.com)

A participação da Oi no mercado de telefonia móvel hoje é 11% menor do que era no pico, em junho de 2009, e a empresa registrou lucros mais baixos em oito dos últimos nove trimestres (Pedro Zambarda/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2012 às 08h26.

São Paulo - Os títulos da Oi SA estão se aproximando do selo junk depois que o aumento da concorrência e a pressão do governo por tarifas menores levaram a empresa a ter o maior movimento de venda de papéis de dívida do Pais.

O rendimento dos títulos com vencimento em 2020 da Oi subiu 0,74 ponto percentual no último mês, para 4,97 por cento, o maior aumento entre os títulos brasileiros com grau de investimento.

Os custos de dívida para empresas de mercados emergentes com classificação Baa3 ou maior pela Moody’s Investors Service subiu uma média de 0,04 ponto percentual no período, para 4,04 por cento, segundo o JPMorgan Chase & Co.

A participação da Oi no mercado de telefonia móvel hoje é 11 por cento menor do que era no pico, em junho de 2009, e a empresa registrou lucros mais baixos em oito dos últimos nove trimestres, ao mesmo tempo em que reduz preços para acompanhar a Tim Participações SA e a Claro SA, unidade da mexicana América Móvil SAB de CV, do bilionário Carlos Slim.

Sua nota de crédito, rebaixada ao menor nível da escala de grau de investimento da Moody’s em 30 de outubro, está vulnerável a um corte que pode levá-la à categoria de junk, depois que a relação entre dívida e resultados quase dobrou nos últimos dois anos e meio diante da pressão dos reguladores por investimentos para melhorar as redes, de acordo com Nymia Almeida, analista sênior da Moody’s.

“Já há uma certa guerra de preços no Brasil”, disse Almeida em entrevista por telefone da Cidade do México. “A alavancagem tem aumentado, e não acho que isso vá se reverter dramaticamente no curto prazo. A exigência de qualidade pelo governo é muito forte, e eles não estão brincando sobre quanto essas empresas precisam investir.”

Oi foi surpreendida pela decisão da Moody’s de rebaixar a nota da empresa e está executando seu plano estratégico de longo prazo em linhas com as expectativas, disse Bayard Gontijo, diretor de tesouraria e de relações com investidores, em resposta por e-mail.

Acompanhe tudo sobre:3GB3bolsas-de-valoresBrasil TelecomEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas portuguesasOiOperadoras de celularServiçosTelecomunicaçõesTelemar

Mais de Mercados

Não é só o Brasil: Argentina faz maior venda de reservas internacionais em um dia para segurar dólar

Por que a China domina o mercado de carros elétricos? 'Padrinho dos EVs' explica o motivo

Japão evita dar pistas sobre aumento dos juros e vai acompanhar os riscos à economia

Ibovespa ganha fôlego com bancos, Petrobras e Vale e fecha acima dos 121 mil pontos