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‘Descolado’ e bom demais para ignorar: BB começa a cobrir Nubank com recomendação de compra

Analista do banco destaca potencial do roxinho, mas tem ressalvas com alto valuation

Sede do Nubank, no bairro de Pinheiros, em São Paulo: BB Investimentos acha papel caro, mas recomenda compra (Nubank/Divulgação)

Sede do Nubank, no bairro de Pinheiros, em São Paulo: BB Investimentos acha papel caro, mas recomenda compra (Nubank/Divulgação)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 25 de junho de 2024 às 18h29.

Última atualização em 25 de junho de 2024 às 18h47.

Sede em bairro descolado, cafeteria estilosa e “bela impressão inicial” são algumas das primeiras impressões do analista Rafael Reis, do BB Investimentos, sobre o Nubank. A frente de análise do Banco do Brasil divulgou nesta terça-feira, 25, seu primeiro relatório de cobertura da fintech – bem depois que boa parte dos pares, que começaram as análises entre 2021 e 2022.

A recomendação é de compra para os papéis, ao preço de US$ 15,60 para as ações negociadas nos Estados Unidos (NYSE:NU) e de R$ 13,30 para os BDRs negociados no Brasil (ROXO34). Os valores representam um potencial de valorização (upside) de 31,5% no caso das ações e de 18% para os BDRs com base no último fechamento.

“Não gostamos de ficar de fora de casos de empresas que vivem um bom momento. Temos convicção de estarmos diante de um negócio com imenso potencial”, escreveu Reis.

Os pontos fortes do Nubank são três na avaliação do analista. O primeiro é o próprio modelo de negócios da empresa: 100% digital, o que reduz consideravelmente os custos da atividade bancária. Tanto que o custo por servir a cada cliente está estável em US$ 0,90 desde o quarto trimestre de 2022. O valor baixo também facilita na hora de escalar o negócio – inclusive para outros países. 

Entra aí o segundo ponto: a possibilidade de exportar o modelo de negócios, trazendo uma escala exponencial. O Nubank tem operações no Brasil, México e Colômbia que, juntas, somam 100 milhões de clientes – 92 milhões deles no país natal. O México é o principal foco do banco para os próximos meses, e a expansão para outras geografias também está no radar no médio prazo.

Para completar, a fintech tem uma alta taxa de penetração entre seus clientes, com 60% deles escolhendo este como seu banco principal. Com isso, o Nubank deve continuar capaz de rentabilizar seu modelo de crescimento. “Imaginamos que quanto mais os clientes experimentarem e aprovarem a plataforma, mais propensos ficam em transferirem sua principalidade para o banco, o que inevitavelmente significa mais receitas potenciais por cliente.”

Contraponto

Existe, porém, uma ressalva: a recomendação é de compra, mas qualificada como alto-risco. E esse risco vem do valuation das ações, que o BB classifica como tendo “grande parcela de imprevisibilidade”. Para que tudo dê certo, o Nubank precisa continuar no bom caminho da estratégia atual, ter sucesso na expansão internacional, e alcançar números ambiciosos em vertentes importantes, como o crescimento de carteira de crédito em média de 35% nos próximos cinco anos, e avanço  de 40% nas tarifas no mesmo período.

“As projeções de 2024 a 2029 são explícitas, enquanto as de 2030 a 2034 seguem um crescimento anual de 15%. A título de comparação, o BTG é o banco de nossa cobertura com crescimento mais próximo neste estágio, com 11%”, cita o relatório.

Ainda que caro, o BB avalia que o Nubank está em um ritmo bom demais para ser ignorado. “Em nossa opinião, o Nubank definitivamente vive um momento muito favorável, merecendo o benefício da dúvida.”

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