Debêntures de infraestrutura ganham apoio com fundo do Itaú
Os novos fundos sinalizam que a tentativa do governo de criar um mercado que ajude a financiar R$ 1 trilhão em projetos de infraestrutura pode estar começando a dar certo
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2012 às 12h29.
São Paulo - Os maiores administradores de recursos do país estão dando um voto de confiança à decisão do governo de estimular o mercado de debêntures de infraestrutura depois que o plano, criado há dois anos, resultou em apenas uma emissão de R$ 25 milhões.
O Itaú Asset Management, segundo maior em gestão de ativos no país, disse na semana passada que vai criar um fundo com pelo menos R$ 5 bilhões no próximo ano para investir em papéis ligados a projetos de rodovias, fábricas e aeroportos. A Caixa Econômica Federal, quinto maior banco do País em ativos, disse em junho que vai iniciar um fundo para comprar esse tipo de título. A empresa de transmissão de energia Montes Claros captou R$ 25 milhões em títulos atrelados à inflação, com rendimento de 8,75 por cento, a única empresa até agora a vender os papéis para investidores.
Os novos fundos sinalizam que a tentativa do governo de criar um mercado que ajude a financiar R$ 1 trilhão em projetos de infraestrutura pode estar começando a dar certo após a revisão na legislação em setembro. Depois do fracasso da primeira oferta de debêntures de infraestrutura, pela Concessionária Rodovias do Tietê SA, a Concessionária do Sistema Anhanguera-Bandeirantes SA pode captar R$ 100 milhões hoje, entre as pelo menos seis emissões planejadas neste momento.
“Há muita demanda por esse tipo de debêntures”, disse Paulo Corchaki, que administra R$ 318 bilhões como diretor de investimento do Itaú Asset Management, em evento em São Paulo na semana passada. “É só uma questão de pequenas alterações e, no final, teremos um grande volume de dinheiro.”
A assessoria de imprensa da Caixa não quis fazer comentários sobre o fundo de debêntures de infraestrutura.
O governo quer que outros bancos sigam o exemplo da Caixa, segundo Pablo Fonseca Pereira dos Santos, secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda.