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De olho nos eVtols, plataforma vende assentos em voos de helicóptero em SP a partir de R$ 3 mil

Grupo português OHI lança hoje plataforma Revo, que usa inteligência artificial para programar voos a partir da Faria Lima

Revo: R$ 5 mil por assento para ir da Faria Lima até a Fazenda Boa Vista (Divulgação/Site Exame)

Revo: R$ 5 mil por assento para ir da Faria Lima até a Fazenda Boa Vista (Divulgação/Site Exame)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 3 de agosto de 2023 às 08h00.

Última atualização em 3 de agosto de 2023 às 11h40.

A partir de hoje, bastarão alguns cliques para reservar um assento em um voo de helicóptero da região da Avenida Faria Lima para o Aeroporto Internacional de Guarulhos ou a Fazenda Boa Vista, a 100 quilômetros de São Paulo. Alguns cliques e mais um múltiplo de milhares de reais na conta.

Nesta quinta-feira, 3, o grupo português OHI lança a plataforma de mobilidade urbana Revo, que vai usar base em dados e inteligência artificial para traçar rotas e melhores horários de voo. Cada assento pode variar de R$ 3,5 mil a R$ 5 mil, valores que incluem também o serviço de concierge, carros e motoristas para deslocamento terrestre e transporte de bagagens.

Outra vantagem, segundo a empresa, é que, atualmente, quem precisa voar de helicóptero só consegue fazer a locação inteira da aeronave com as companhias de táxi aéreo, o que custa cerca de R$ 37 mil.

Inicialmente, a companhia fará 40 voos por semana, sendo 30 para Guarulhos e 10, aos fins de semana, para a Fazenda Boa Vista. O objetivo é que a inteligência de dados impeça voos ociosos. A projeção é de fazer 3700 voos ainda este ano e alcançará US$ 2 milhões de receita. Em cinco anos, a empresa quer somar 90 mil voos e chegar a US$ 80 milhões de receita para o período.

Nascida no Brasil e, nesse primeiro momento, apenas para o mercado paulista, a Revo é uma empresa irmã da Omni Táxi Aéreo, líder em transporte aéreo offshore na América Latina e operadora de 60% da frota utilizada pela Petrobras. Foi a concentração de bilionários e milionários em São Paulo - em especial na Faria Lima - que alimentou a aposta na plataforma para transporte particular, conta João Welsh, CEO da Revo.

A Revo já nasce com uma parceria com a JHSF, incorporadora imobiliária e administradora de shoppings centers de alta renda, para os clientes que têm casas na Fazenda Boa Vista. O sistema da Revo está integrado à plataforma JHSF ID, como um dos prestadores de serviço com condições preferências aos membros. Assim, os integrantes tem descontos em voos e podem trocar os pontos acumulados por voos da Revo.

A empresa investiu mais de US$ 5 milhões (cerca de R$ 25 milhões) para o seu lançamento - em torno de 70% do capital do OHI é controlado por um fundo da Stirling Square, de Londres. A maior parte dos recursos, explica a Revo, foram destinados ao desenvolvimento da sua plataforma tecnológica proprietária.

Na expectativa pelos eVtols

De acordo com Welsh, a Revo nasce agora já de olho nas mudanças que os veículos aéreos autônomos podem representar para esse mercado, como os eVtols, da Eve, empresa criada pela Embraer para o desenvolvimento dessas aeronaves. “Vai ser preciso todo um ecossistema para esse desenvolvimento. Nossa experiência vai ajudar, por exemplo, a dizer para a Eve se é faz mais sentido um veículo para 4 pax (passageiros) ou 6”, argumenta Welsh.

Hoje com 2 helicópteros Airbus, a empresa espera operar 12 aeronaves em até cinco anos e está de olho no início da construção do protótipo de eVtols. Parceiros da Eve há três anos, a Revo tem uma encomenda de 50 eVtols inicialmente. O valor ainda não está fechado, pois depende da evolução do protótipo e do desenvolvimento do modelo que irá a mercado.

“Em cinco anos, nossa expectativa é de que a mobilidade urbana (toda a operação da Revo) represente de 20% a 25% da receita do grupo em faturamento”, diz o executivo. Em 2022 essa cifra foi de 300 milhões de euros. “A entrada de eVtols, no entanto, pode mudar todas essas projeções”, argumenta.

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