Alta de 39% e queda de 18%: as ações que mais subiram e caíram em fevereiro
No segundo mês seguido de baixa do Ibovespa, só 27 das 81 ações que compõem a carteira do principal benchmark da Bolsa fecharam em alta; Embraer e Via Varejo foram os destaques
Paula Barra
Publicado em 26 de fevereiro de 2021 às 18h49.
Última atualização em 26 de fevereiro de 2021 às 21h21.
No segundo mês seguido de perdas do Ibovespa , marcado por aumento do risco político após o presidente Jair Bolsonaro decidir trocar o presidente da Petrobras por divergências sobre o aumento de preço dos combustíveis, apenas 27 das 81 ações do índice fecharam em alta. O principal índice da bolsa brasileira recuou 4,37% no mês.
Entre os maiores ganhos apareceram os papéis da Embraer (EMBR3), com valorização de 39,14% após a companhia confirmar que está em conversas com a Lufthansa para a venda de aeronaves.
A Braskem (BRKM5), com alta de 29,07%, ficou com o segundo lugar em meio à notícia de que a companhia está perto de fechar acordo com o governo mexicano para retomar o fornecimento de gás natural no seu complexo petroquímico no México, paralisado em dezembro do ano passado. A companhia também teve recomendação elevada de neutra para overweight, equivalente a compra, pelo JPMorgan nesta semana.
Completando o top 5 das melhores ações do mês apareceram os papéis de Usiminas (USIM5), após a siderúrgica mostrar receita recorde no quarto trimestre; e as ações preferenciais de Eletrobras (ELET6), em meio à renovação de esperança de privatização da empresa com o envio pelo governo de uma medida provisória ao Congresso. Apesar da sinalização positiva, no entanto, o mercado segue cético quanto à aprovação do texto pelos parlamentares.
A Suzano (SUZB3), que reportou resultado acima do esperado pelo mercado, teve a quinta melhor valorização no mês. O balanço forte no período levou também analistas a reforçarem recomendação de compra para as ações, que renovaram no último dia 22 sua máxima histórica na Bolsa ao atingir no fechamento daquele pregão o patamar de 76,88 reais.
Maiores quedas
Do lado negativo, as maiores quedas ficaram com a Via Varejo (VVAR3), que reporta resultado na próxima terça-feira, 2, com desvalorização de 19,20%, seguida pelos papéis ordinários da Petrobras (PETR3), com baixa de 18,95%.
Embora tenha divulgado acima do esperado, com lucro líquido recorde de 59,8 bilhões de reais no quarto trimestre, a petroleira foi impactada pela decisão de Bolsonaro em trocar o atual presidente da companhia, Roberto Castello Branco, que fica no comando da empresa até o dia 20 de março, pelo general Joaquim Silva e Luna.
O anúncio, visto pelo mercado como um aumento de ingerência política na companhia, levou uma série de bancos e corretoras a cortarem a recomendação dos papéis da estatal. Só na última segunda-feira, 22, que foi o primeiro pregão pós-decisão de Bolsonaro, as ações da companhia afundaram 21% na Bolsa.
Na sequência, Cogna (COGN3) apareceu como a terceira maior baixa do índice, seguida por SulAmérica (SULA11), depois de resultado decepcionar, e depois os papéis preferenciais da Petrobras (PETR4). Essas ações recuaram 17,26%, 17,24% e 16,67%, respectivamente, no mês.
Veja abaixo as ações que mais subiram e caíram no Ibovespa em fevereiro:
As maiores altas do mês no índice
1. Embraer (EMBR3): +39,14%
2. Braskem (BRKM5): +29,07%
3. Usiminas (USIM5): +23,03%
4. Eletrobras (ELET6): +19,77%
5. PetroRio (PRIO3): +18,61%
6. Eletrobras (ELET3): +18,32%
7. Suzano (SUZB3): +17,92%
8. Gerdau (GGBR4): +11,27%
9. Totvs (TOTS3): +10,49%
10. Pão de Açúcar (PCAR3): +9,96%
As maiores quedas do mês no índice:
1. Via Varejo (VVAR3): -19,20%
2. Petrobras (PETR3): -18,95%
3. Cogna (COGN3): -17,26%
4. SulAmérica (SULA11): -17,24%
5. Petrobras (PETR4): -16,67%
6. IRB Brasil (IRBR3): -16,67%
7. Banco do Brasil (BBAS3): -16,08%
8. BR Distribuidora (BRDT3): -14,36%
9. Eztec (EZTC3): -14,12%
10. Cia Hering (HGTX3): -13,18%