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Dados fortes da China seguirão impulsionando a Bolsa?

Produção industrial chinesa cresceu mais que os 5% previstos, mas dúvidas sobre acordo comercial com EUA ainda persistem

Porto na China:  país vai mesmo comprar 50 bilhões de dólares em produtos agrícolas dos EUA? (China Daily CDIC/Reuters)

Porto na China: país vai mesmo comprar 50 bilhões de dólares em produtos agrícolas dos EUA? (China Daily CDIC/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de dezembro de 2019 às 06h47.

Última atualização em 16 de dezembro de 2019 às 07h23.

São Paulo — Até onde vai o super dezembro da Bolsa? Esta é a principal dúvida de investidores e analistas na semana que encerra os trabalhos no Congresso e que deve ser a última em grandes volumes de negociações nas bolsas globais em 2019.

A semana passada reforçou o ano dourado na bolsa brasileira, apesar da economia claudicante e da enorme leva de problemas do governo em áreas importantes como educação e meio-ambiente. O índice Ibovespa subiu 0,33% na sexta-feira, chegando a um novo recorde de 112.564 pontos, com alta de 1,3% na semana. No ano, a alta é de 23,6%; em dois anos, de 55%.

O novo pacote de impostos de 156 bilhões de dólares dos Estados Unidos sobre a China, previstos inicialmente para entrar em vigor ontem, de fato não se concretizou. O secretário de comércio americano, Robert Lighthizer, afirmou no domingo que o volume de exportações americanas à China vai dobrar em dois anos, e que a primeira fase do acordo comercial está “totalmente feita”.

Mas sobram indefinições sobre o futuro da guerra comercial. Os chineses se comprometeram a comprar 50 bilhões de dólares em produtos agrícolas americanos, uma jogada para fazer Donald Trump ficar bem com os eleitores de estados que podem ser cruciais na disputa presidencial de 2020. Mas analistas econômicos dizem que a China simplesmente não precisa de tantos produtos.

Além disso, uma notícia voltou a azedar as relações entre os dois países. Autoridades chinesas criticaram, nesta segunda-feira, a prisão de dois diplomatas chineses acusados de espionagem por eles terem dirigido para dentro de uma base militar americana. A China disse que a narrativa não corresponde à realidade

Para que as exportações americanas à China de fato cresçam, o país asiático precisa crescer, por óbvio. Neste sentido, uma boa notícia veio nesta segunda-feira. A produção industrial chinesa cresceu mais que os 5% previstos em novembro, conforme divulgado hoje. O avanço foi de 6,2%, acima também dos 4,7% de outubro. As vendas no varejo também avançaram mais que o previsto: 8%, ante 7,2% das estimativas.

As notícias ajudaram a bolsa de Xangai a subir 0,56% nesta segunda-feira. O índice europeu STOXX 600 subiu 1% em sua abertura, para um novo recorde; enquanto o britânico FTSE avançava também mais de 1%, puxado ainda pelas eleições da semana passada. Boa parte dos analistas seguem prevendo a bolsa brasileira em 115 mil pontos no fim do ano. Boas notícias econômicas vindo de fora, na teoria, ajudam o índice a chegar lá.

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