Corretora cria disputa de algoritmos entre universitários
Souza Barros irá premiar as melhores estratégias de estudantes de universidades paulistas
Da Redação
Publicado em 20 de setembro de 2012 às 18h51.
São Paulo – A corretora de valores Souza Barros lançou uma disputa inédita no Brasil entre estudantes da área de exatas de sete faculdades de São Paulo para incentivar o mercado de alta frequência na bolsa. Esse tipo de investimento utiliza estratégias construídas com algoritmos para identificar oportunidades em espaços muito curtos de tempo que podem chegar a microssegundos.
É certo que parte do mercado, principalmente os reguladores, torce o nariz para esse tipo de aplicação porque ela deixaria o investidor tradicional em desvantagem e traria riscos adicionais ao mercado. Ainda assim, a alta frequência (em inglês HFT – High Frequency Traders) garante uma maior liquidez ao mercado e ganham, inclusive, descontos em tarifas da BM&FBovespa .
Enquanto a participação deles no total de negócios chega a 70% nos Estados Unidos, no Brasil ainda representa apenas 9,4%.
O Campeonato de Algoritmos terá a participação de 120 alunos, divididos em 60 grupos, das faculdades UNIP, INSPER, Politécnica (USP), FEA (USP), IME (USP), Física (USP) e FECAP. Cada grupo irá receber um arquivo com todos os dados de negociações da bolsa em um período de cinco meses para então desenvolver o algoritmo. A estratégia será então testada em um período de 20 dias. Cada um terá 1 milhão de reais e o algoritmo que trouxer o maior retorno será o campeão.
Ricardo Pinto Nogueira, Diretor de Operações da Souza Barros, explica que a ideia de competição partiu da percepção de que há falta de profissionais especializados na área. “Sabemos que quando contratamos alguém da academia ele tem um pensamento diferente“, explica. O executivo ressalta que o chefe da área de algoritmos da corretora é formado em matemática pelo IME.
“O objetivo do campeonato é estimular o uso do algoritmo e explicar o funcionamento do mercado de capitais aos 120 alunos. Todos inscritos terão isenção de corretagem da corretora até o final do ano. Os demais alunos e professores das faculdades terão 50% de desconto no período”, afirma Nogueira. Os algoritmos serão criados dentro do software Apama, da Progress, uma das mais tradicionais plataformas do mercado mundial.
Premiação
A competição terá duas fases. Na primeira, serão premiados os 3 primeiros colocados de cada faculdade. Os prêmios serão de 2 mil reais, mil reais e 500 reais, respectivamente. Todos serão convidados para um visita à BM&FBovespa. Depois, os primeiros de cada faculdade e os seis melhores irão à segunda fase.
O primeiro colocado nesta fase leva 15 mil reais, o segundo 10 mil reais e o terceiro 5 mil reais. Na rodada final, os professores e orientadores também são premiados. O primeiro leva 5 mil reais, o seguindo 4 mil e o terceiro 3 mil. Os vencedores ainda ganham uma viagem para visitar as bolsas de Nova York, Chicago e a sede da Progress.
Além da premiação da estratégia mais vencedora, Nogueira explica que a sua equipe irá ainda escolher a mais original e inovadora para um prêmio de 15 mil reais, divididos entre o aluno e a faculdade.