Mercados

Copom, Santander, Cielo, BRF e o que mais move o mercado

Decisão de juro é a primeira do ano e marca volta da Selic a dois dígitos; bolsas seguem embaladas por resultados no exterior, e Google dispara 10%

Copom: mercado projeta alta da Selic de 9,25% para 10,75% | Foto: Divulgação (Copom/Divulgação)

Copom: mercado projeta alta da Selic de 9,25% para 10,75% | Foto: Divulgação (Copom/Divulgação)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 2 de fevereiro de 2022 às 07h09.

Última atualização em 2 de fevereiro de 2022 às 08h53.

O apetite por risco volta a impulsionar as principais bolsas de valores nesta quarta-feira, 2, dando continuidade à recuperação do mercado internacional após as perdas de janeiro. O índice Nasdaq é destaque de alta nos Estados Unidos, após o resultado do Google, divulgado na última noite, ter superado as estimativas de analistas. A companhia, que apresentou 75,3 bilhões de dólares de receita no quarto trimestre e lucro de 30,69 dólares por ação, dispara cerca de 10% no pré-mercado.

O clima positivo é acompanhado pelas bolsas da Europa, que operam em firmes altas, enquanto economistas digerem dados de inflação divulgados nesta manhã na Zona do Euro. O Índice Preço ao Consumidor de janeiro ficou em 5,1% na comparação anual, acima das projeções de mercado, que indicavam queda da inflação de 12 meses de 5% para 4,4%. 

Além dos dados de inflação, no radar de investidores estrangeiros estão os dados de empregos privados dos Estados Unidos, que será apresentado pelo Instituto ADP às 10h15. A expectativa é de queda na criação de postos privados de 807.000, em dezembro, para 207.000, em janeiro. 

Os números do ADP saem dois dias antes dos dados oficiais do mercado de trabalho americano e servem como “prévia” para o que virá na sexta-feira, 4. Para o relatório de empregos não agrícolas, o payroll, o consenso é de 150.000 vagas criadas contra as 199.000 de dezembro. Caso saiam melhores do que o esperado, os dados podem reforçar a tese de um aperto monetário mais agressivo nos Estados Unidos.

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Copom

A política monetária, inclusive, será tema central do mercado brasileiro nesta quarta, que segue à espera da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que sairá após o encerramento do pregão, às 18h30.

O consenso do mercado para a primeira decisão do Copom no ano é de alta de 1,5 ponto percentual, que, se confirmada, elevará a taxa Selic de 9,25% para 10,75% ao ano. A volta do juro à marca de dois dígitos ocorre em meio a sucessivas surpresas de indicadores de inflação e à piora das expectativas futuras. 

A estimativa de economistas para o IPCA de 2023 do último boletim Focus subiu para 3,50% e se afastou ainda mais do centro da meta para o ano que vem, de 3%. 

Santander

O Santander (SANB11) irá abrir a temporada de balanços dos grandes bancos do país, com a divulgação de seu resultado do quarto trimestre ainda nesta manhã. Analistas do BTG esperam por um crescimento anual do lucro líquido na ordem de 14% para 4,432 bilhões de reais. A teleconferência sobre o resultado está prevista para às 8h e pode ser acessada por este link. 

Cielo

À noite, será a vez da Cielo (CIEL3) apresentar seu balanço do quarto trimestre. Pelo consenso de mercado da Bloomberg, a receita da companhia deve ficar levemente acima do mesmo período de 2020, em 3,343 bilhões de reais, mas com queda de margem líquida de 6,8% para 6,7%. 

BRF

A precificação da oferta subsequente da BRF (BRFS3) ficou a 20 reais por ação, com desconto de 7,5% em relação ao preço do último fechamento e de mais de 10% frente à cotação de segunda-feira, 31. Segundo apuração da Exame In, o preço por ação quase saiu ainda menor, a 19 reais. A oferta movimentou cerca de 5,4 bilhões de reais, cerca de 2 bilhões de reais a menos do que o esperado no início do processo de follow-on. 

Ainda de acordo com a Exame In, o empresário Marcos Molina, controlador da Marfrig (MRFG3), investiu entrou com 1,8 bilhão de reais na oferta, aumentando sua participação na BRF, mas mantendo sua fatia abaixo de um terço da companhia. 

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