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Compass pode valer R$ 25 bi, diz Brasil Capital; Cosan dispara 8%

O valor estimado supera os 16,5 bilhões de reais que a companhia foi avaliada em um acordo de investimentos com a Atmos, anunciado nesta manhã

Cosan, unidade de Jataí | Foto: Divulgação (Divulgação/Divulgação)

Cosan, unidade de Jataí | Foto: Divulgação (Divulgação/Divulgação)

PB

Paula Barra

Publicado em 31 de maio de 2021 às 15h48.

Última atualização em 31 de maio de 2021 às 19h55.

A Cosan (CSAN3) dispara 8% e lidera os ganhos do Ibovespa nesta segunda-feira, 31, após a companhia anunciar que a Atmos Capital, por meio de seus fundos de investimentos, vai investir 810 milhões de reais na Compass, subsidiária da empresa que atua na área de gás natural. A transação avalia a Compass em 16,5 bilhões de reais (pre money, valor estimado antes de receber o investimento).

Mas o valor potencial da companhia pode ultrapassar e muito esse montante, avalia André Ribeiro, sócio gestor da Brasil Capital, que administra cerca de 10 bilhões de reais na gestora e tem algo em torno de 10% do portfólio investidos em Cosan.

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"A entrada da Atmos 'chancela' o valor justo de, pelo menos, 16 bilhões de reais para Compass. Mas esse número, na nossa visão, leva em consideração apenas o valor da Comgás (CGAS5), que hoje é o ativo relevante da Compass. Porém, há varias avenidas de crescimento na Compass, como, por exemplo, a Gaspetro, o Rota 4, o TRSP Terminal de Gás em São Paulo, a Comercializadora de Energia e de Gás, assim como a potencial entrada em térmicas.", disse o gestor. A Compass é dona de 99,1% da Comgás, distribuidora paulista de gás natural.

"Com a 'consolidação' dessas iniciativas, o valor potencial da Compass vai muito além de 16 bilhões de reais e a Atmos certamente percebeu isso", apontou.

Na leitura do gestor, o valor potencial da Compass, com a entrega dos projetos, pode superar os 25 bilhões de reais.

"O investimento da Atmos sinaliza esse valor potencial, assim como a possibilidade de destravar valor com o IPO, que pode ocorrer nos próximos meses, com a entrega dos primeiros projetos", comentou Ribeiro.

A Cosan tentou fazer o IPO da Compass no ano passado, mas desistiu alegando, na ocasião, que o momento do mercado de capitais não estava favorável. Os planos, no entanto, seguem no radar da empresa.

Com o investimento, a Atmos passará a deter 4,68% em ações preferenciais do capital da Compass. O negócio está sujeito à listagem da Compass como emissor na B3.

Além disso, outro ponto que deixa o gestor otimista com as ações da companhia. Nas próximas semanas, a Raízen, joint-venture entre o grupo Cosan e a anglo-holandesa Shell, deve abrir capital na Bolsa. Nos cálculos de Ribeiro, o ativo que pode valer em torno de 80 bilhões de reais, especialmente considerando as plantas de combustível de segunda geração na Raízen Renováveis. "São 8 a 12 plantas de combústivel de segunda geração que demandarão um capex (investimento em bens de capital) relevante, com geração de Ebitda muito previsível ao longo dos próximos anos".

"Esses dois eventos, além dos resultados operacionais muito robustos de todos os ativos da empresa (Raízen, Rumo, Comgás e Moove) trazem ótimas perspectivas para a valoriazação da Cosan em Bolsa", destacou.

Nesta sessão, os papéis da companhia quase quebraram um novo recorde histórico intradiário na B3. Na máxima do dia, subiram 8,7%, indo para a casa dos 23,84 reais. O maior patamar alcançado até agora pelos ativos é de 23,85 reais, tocados no dia 18 de março.

 

 

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