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Como a morte de Campos pode sacudir a Bovespa em breve

Analistas acreditam que os próximos dias podem reservar uma volatilidade acentuada ao Ibovespa, caso o nome de Marina Silva ganhe força

O candidato Eduardo Campos, que morreu em acidente aéreo nesta quarta-feira (Divulgação/PSB)
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Da Redação

Publicado em 13 de agosto de 2014 às 17h49.

São Paulo – A bolsa brasileira passou a registrar uma expressiva desvalorização de 2,13%, aos 55.757 pontos, nesta quarta-feira, após a confirmação da morte do candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB), que estava a bordo do avião que caiu em Santos.

“Ainda é muito prematuro dizer como a morte de Eduardo Campos pode impactar o mercado; é preciso tratar essa situação com certo cuidado e com muito respeito. A queda da Bolsa é um movimento natural do mercado, que em dias de grandes incertezas como hoje, acaba vendendo ações”, explica o analista e sócio da Empiricus Research, Felipe Miranda.

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Já o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, lembra que notícia da queda da aeronave fez o Ibovespa cair forte, pois ainda cogitava-se que, além de Campos, era possível que sua vice, Marina Silva, estivesse à bordo.

Ambos especialistas acreditam que os próximos dias podem reservar uma volatilidade acentuada ao Ibovespa, caso o nome da candidata à vice na chapa, Marina Silva, comece a ganhar força para o lugar de Campos.

Para Perfeito, com o falecimento de Campos, ainda é muito cedo para afirmar quais caminhos a Bolsa deve seguir, mas a primeira leitura do mercado é que caso seja confirmada a candidatura de Marina Silva, haverá um intenso segundo turno.

Ele lembra ainda que em uma pesquisa do Datafolha de fevereiro deste ano, quando o PSB ainda não tinha confirmado a candidatura de Eduardo Campos, a presidente Dilma Rousseff tinha 43% das intenções de voto, enquanto Marina Silva tinha 23% e Aécio Neves, 15%.

“Em fevereiro deste ano, a Marina tinha vantagens sobre o Aécio. Mas vale lembrar que ele era menos conhecido”, diz Perfeito.

Outro ponto que pode incentivar um segundo turno está o destaque que Marina Silva está tendo neste momento. “Toda atenção está voltada para ela. É uma mídia espontânea. Ela é a vice de um candidato que acabou de falecer e isso tem um apelo emocional muito forte. Se ela entrar na disputa, as chances de segundo turno podem crescer muito.”

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a substituição de candidatos pode ser requerida pelos partidos "até 20 dias antes do pleito, exceto no caso de falecimento, quando poderá ser solicitada mesmo após este prazo".

A única condição é que o pedido de registro seja feito "em até 10 dias contados do fato ou da notificação do partido da decisão judicial que deu origem à substituição", ou seja: a indicação de um novo candidato à presidência pela coligação tem que ser feita nos próximos dez dias.

“Marina sempre obteve certo destaque em pesquisas de voto espontâneo e pode, sim, mexer bastante com a bolsa brasileira caso a oposição entre forte na disputa eleitoral”, explica Felipe Miranda.

Miranda projeta que, num cenário no qual a oposição ganhe as eleições, o Ibovespa poderia atingir os 70 mil pontos, uma alta de 25% em relação ao patamar atual. Já num cenário de manutenção de Dilma Rousseff na presidência, Miranda vê o Ibovespa retornando ao patamar dos 40 mil pontos, o que representaria um recuo de quase 30%.

“O Ibovespa está praticamente no meio do caminho, entre estes dois cenários. As próximas pesquisas devem dizer muito sobre o futuro do índice, conclui Miranda.

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