Com pouca volatilidade, dólar tem leve alta por exterior
A moeda norte-americana subiu 0,17 por cento, a 1,719 real na venda
Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2010 às 18h18.
São Paulo - O dólar fechou em leve alta ante o real nesta sexta-feira, em meio à fraqueza nos mercados internacionais depois que a China anunciou medidas que podem desacelerar a economia.</p>
Numa sessão com noticiário escasso e de pouca volatilidade, profissionais notaram que investidores direcionaram as atenções ao exterior por conta do menor receio com novas medidas do governo para o mercado de câmbio.
A moeda norte-americana subiu 0,17 por cento, a 1,719 real na venda, oscilando entre queda a 1,713 real e alta a 1,723 real. No acumulado da semana, a divisa recuou 0,29 por cento, enquanto no mês tem valorização de 0,94 por cento.
"Ele (o dólar) veio para uma zona de conforto. Abriu em queda, em função da alta do euro, mas foi gradativamente encostando em torno do 1,72 (real) na medida em que as bolsas mostravam pouca disposição para subir", disse Carlos Postigo, gerente de negócios da Casa Paulista Assessoria Bancária.
"Os motivos que provocaram tensão nos últimos dias já foram precificados", completou.
A semana foi marcada por intensa volatilidade, conforme o receio com o sistema bancário na Irlanda e temores de que a China aperte a política monetária afastaram investidores de ativos considerados de maior risco. O posterior alívio em tais preocupações motivou a melhora nas praças financeiras.
Mas nesta sessão, Pequim confirmou expectativas de medidas de restrição do crédito. O banco central chinês elevou o depósito compulsório pela segunda vez em duas semanas, numa tentativa de barrar elevação generalizada dos preços.
Apesar de alguma recuperação perto do fechamento, os mercados reagiam negativamente à decisão, temendo que a medida prejudique a retomada global pela perspectiva de redução na demanda chinesa.
As bolsas de valores em Nova York, a Bovespa e o euro operavam perto da estabilidade.
Para o operador de câmbio da B&T Corretora Marcos Trabbold, a pouca oscilação do dólar também pode ser atribuída à menor tensão de investidores com eventuais novas medidas para o câmbio doméstico.
"O governo parou de falar em mais medidas, parou de conversar sobre isso. Isso deixa o investidor menos apreensivo, e assim o dólar não tem motivo para subir muito", afirmou.
O mercado reagiu com timidez à notícia de que Guido Mantega seguirá à frente do Ministério da Fazenda no governo de Dilma Rousseff, segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo nesta sexta-feira. A permanência do ministro não foi oficializada pela equipe de transição da presidente eleita.