Com perfil exótico e ríspido ao mercado, General Shopping cai isolada do setor
Emissões em dólares geram dúvidas sobre pagamento das dívidas e intenções da empresa, dizem fontes de mercado
Da Redação
Publicado em 15 de junho de 2012 às 11h07.
São Paulo – Quem decide visitar um shopping num final de semana ou numa emenda de feriado, se estiver em algumas cidades como São Paulo, provavelmente vai demorar pelo menos 20 minutos para estacionar o carro, outros 20 minutos na fila para comprar o ingresso do cinema, e mais um bom tempo em pé para encontrar uma mesa disponível para almoçar na praça de alimentação.
Toda essa situação pode não ser a mais cômoda para os clientes, mas com certeza é positiva para os shoppings. Tanto que, recentemente, o JP Morgan elaborou um relatório citando três bons motivos para acreditar num potencial para as ações dos shoppings listados na bolsa.
“Estamos reiterando nossa sugestão de que os investidores deveriam manter exposição ao setor de shoppings, mesmo com os preços que parecem altos”, resume o analista Marcelo Motta na ocasião, que traçou também perspectivas para cada uma das empresas que cobre no setor.
Outra prova do resultado recente dessas companhias na Bovespa é a valorização das ações em períodos mais longos que, em geral, superam o Ibovespa. Uma empresa do setor, porém, está vendo seus papéis registrarem queda em relação aos seus concorrentes e até em relação ao índice.
As ações da General Shopping - que não tiveram indicação pelo analista do JP Morgan no relatório setorial – registram queda nos mesmo períodos, como aponta o quadro abaixo:
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Empresa | Código | Variação em 6 meses | Variação neste ano | Variação em 12 meses |
---|---|---|---|---|
Aliansce | ALSC3 | 29,60% | 27,21% | 27,87% |
BR Malls | BRML3 | 33,10% | 28,88% | 24,93% |
General Shopping | GSHP3 | -19,42% | -16,29% | -28,30% |
Iguatemi | IGTA3 | 15,16% | 15,93% | 1,63% |
Multiplan | MULT3 | 32,89% | 25% | 34,35% |
Sonae Sierra | SSBR3 | 24,86% | 19,08% | 11,16% |
Ibovespa | IBOV | -1,75% | -1,94% | -10,53% |
*Variações até 13 de junho |
Captação exótica
O motivo apontado por fontes de mercado é simples. O estacionamento lotado, o lanche na praça de alimentação e o ingresso de cinema são cobrados em reais, correto?
Essa geração de receita em moeda brasileira faz o mercado estranhar emissões em dólares feitas pela companhia. “Foi uma captação bem exótica e esse risco cambial pesa na ação”, diz René Brandt, analista da Fator Corretora.
O analista se refere a uma operação feita em março deste ano, quando a empresa emitiu 150 milhões de dólares no exterior. Antes disso, a empresa já havia realizado em novembro de 2010 uma captação de cerca de 200 milhões de dólares.
As emissões afetam as ações da empresa de duas maneiras. Primeiro, de uma forma prática. Com a recente alta do dólar em relação ao real, companhias com dívida em moeda estrangeira geram preocupação nos investidores.
Segundo, pelas dúvidas sobre a necessidade de fazer uma captação assim. “Estamos com a ação em revisão depois dessa nova captação. Aguardamos mais detalhes sobre o que eles vão fazer com esse recurso”, diz Brandt, da Fator.
Outra fonte de mercado que preferiu não se identificar também disse que não sabe ao certo qual é a intenção da companhia com as emissões em dólares. “A empresa, que costumava ser muito acessível, não quer fornecer muitos detalhes sobre essa opção”, diz a pessoa.
A reportagem de Exame.com entrou em contato com a empresa, tanto para tentar conseguir obter mais detalhes sobre a operação, quanto para saber se analistas e acionistas estão ou não recebendo os detalhes que buscam. Por meio de sua assessoria de imprensa, a empresa, definida como “low profile” recusou comentar os assuntos.
São Paulo – Quem decide visitar um shopping num final de semana ou numa emenda de feriado, se estiver em algumas cidades como São Paulo, provavelmente vai demorar pelo menos 20 minutos para estacionar o carro, outros 20 minutos na fila para comprar o ingresso do cinema, e mais um bom tempo em pé para encontrar uma mesa disponível para almoçar na praça de alimentação.
Toda essa situação pode não ser a mais cômoda para os clientes, mas com certeza é positiva para os shoppings. Tanto que, recentemente, o JP Morgan elaborou um relatório citando três bons motivos para acreditar num potencial para as ações dos shoppings listados na bolsa.
“Estamos reiterando nossa sugestão de que os investidores deveriam manter exposição ao setor de shoppings, mesmo com os preços que parecem altos”, resume o analista Marcelo Motta na ocasião, que traçou também perspectivas para cada uma das empresas que cobre no setor.
Outra prova do resultado recente dessas companhias na Bovespa é a valorização das ações em períodos mais longos que, em geral, superam o Ibovespa. Uma empresa do setor, porém, está vendo seus papéis registrarem queda em relação aos seus concorrentes e até em relação ao índice.
As ações da General Shopping - que não tiveram indicação pelo analista do JP Morgan no relatório setorial – registram queda nos mesmo períodos, como aponta o quadro abaixo:
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Aliansce | ALSC3 | 29,60% | 27,21% | 27,87% |
BR Malls | BRML3 | 33,10% | 28,88% | 24,93% |
General Shopping | GSHP3 | -19,42% | -16,29% | -28,30% |
Iguatemi | IGTA3 | 15,16% | 15,93% | 1,63% |
Multiplan | MULT3 | 32,89% | 25% | 34,35% |
Sonae Sierra | SSBR3 | 24,86% | 19,08% | 11,16% |
Ibovespa | IBOV | -1,75% | -1,94% | -10,53% |
*Variações até 13 de junho |
Captação exótica
O motivo apontado por fontes de mercado é simples. O estacionamento lotado, o lanche na praça de alimentação e o ingresso de cinema são cobrados em reais, correto?
Essa geração de receita em moeda brasileira faz o mercado estranhar emissões em dólares feitas pela companhia. “Foi uma captação bem exótica e esse risco cambial pesa na ação”, diz René Brandt, analista da Fator Corretora.
O analista se refere a uma operação feita em março deste ano, quando a empresa emitiu 150 milhões de dólares no exterior. Antes disso, a empresa já havia realizado em novembro de 2010 uma captação de cerca de 200 milhões de dólares.
As emissões afetam as ações da empresa de duas maneiras. Primeiro, de uma forma prática. Com a recente alta do dólar em relação ao real, companhias com dívida em moeda estrangeira geram preocupação nos investidores.
Segundo, pelas dúvidas sobre a necessidade de fazer uma captação assim. “Estamos com a ação em revisão depois dessa nova captação. Aguardamos mais detalhes sobre o que eles vão fazer com esse recurso”, diz Brandt, da Fator.
Outra fonte de mercado que preferiu não se identificar também disse que não sabe ao certo qual é a intenção da companhia com as emissões em dólares. “A empresa, que costumava ser muito acessível, não quer fornecer muitos detalhes sobre essa opção”, diz a pessoa.
A reportagem de Exame.com entrou em contato com a empresa, tanto para tentar conseguir obter mais detalhes sobre a operação, quanto para saber se analistas e acionistas estão ou não recebendo os detalhes que buscam. Por meio de sua assessoria de imprensa, a empresa, definida como “low profile” recusou comentar os assuntos.