Ouro: preços chegaram a recuar US$ 36 no pregão (David Paul Morris/AFP)
Da Redação
Publicado em 28 de novembro de 2012 às 17h16.
Os contratos futuros de ouro negociados na Comex, a divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), fecharam em forte queda nesta quarta-feira, registrando recuo pelo terceiro dia consecutivo, com uma onda de vendas que fez os preços despencarem até US$ 36,00 durante a sessão.
Os analistas atribuíram a repentina queda nas cotações ao grande número de contratos futuros para dezembro ainda em aberto. A alta do dólar, causada pelas preocupações com o "abismo fiscal" nos Estados Unidos, também pressionou o ouro. O contrato mais negociado, com entrega em dezembro, perdeu US$ 25,80 (1,50%) e fechou a US$ 1.716,50 a onça-troy.
Analistas também explicam que as perdas do ouro foram acentuadas por movimentos técnicos, após o metal cair abaixo de US$ 1.730,00 a onça-troy, o que desencadeou ordens de vendas. A possibilidade de erro em uma operação (chamado de "fat finger") foi levantada, mas como o ouro não conseguiu se recuperar após a forte queda na abertura da sessão, a explicação foi descartada.
O avanço do dólar desde o início do dia desacelerou durante a tarde, após sinalizações de que o acordo para evitar o "abismo fiscal" nos EUA está a caminho, mas nem assim o ouro se recuperou.
As preocupações com a Europa também afetaram o metal precioso. "Existe a preocupação de que o acordo da Grécia seja mais um band-aid, e ainda temos a Espanha como uma nuvem negra pairando no céu", disse o analista da Vision Financial Markets Dave Merger.
Os órgãos reguladores da União Europeia aprovaram mais cedo os planos de reestruturação de quatro instituições de crédito da Espanha: BFA/Bankia, NCG Banco, Catalunya Banc e Banco de Valência. O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse, porém, que a Espanha tem uma estratégia bem desenhada para ajudar o setor bancário, mas enfrenta desafios significativos para colocá-la em prática.
O FMI alertou também para a possibilidade de "quedas significativas" nos preços dos imóveis espanhóis, que já caíram mais de um terço desde 2008. As informações são da Dow Jones.