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Cetip e BM&FBovespa vivem “guerra fria”

Tendência é que cada empresa reduza preços para manter a participação de mercado

Telão da Bovespa (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

Telão da Bovespa (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2012 às 06h12.

São Paulo – O confortável duopólio da CetipBM&FBovespa parece fadado ao fim, mas antes disso um tipo de guerra entre cavalheiros pode afetar as elevadas margens de ambas. Essa é a expectativa do banco BTG Pactual em um relatório publicado nesta semana.

As duas operam em alguns mercados semelhantes (derivativos, imobiliário e derivativos de balcão). Além disso, a Cetip pediu recentemente a autorização do Banco Central para constituir uma clearing, que é a contraparte responsável pela fiscalização dos pagamentos e recebimentos, o que pode aumentar a atuação da empresa.

Descontos

Segundo o BTG, uma opção para que os clientes não entrem em atrito seria reduzir um pouco os ganhos de escala das bolsas. “Vemos então uma ‘Guerra Fria’ como o cenário mais provável, potencialmente direcionando para revisões de lucros e nivelando a forte apreciação das ações”, ressaltam os analistas Marcelo Henriques e Eduardo Rosman.

Os analistas explicam que após conversas com a BM&FBovespa, a conclusão é de que a ideia não é competir em preços, apesar de existir a possibilidade de descontos. A estratégia principal para ganhar mercado da Cetip seria elevar o nível dos serviços e a oferta de uma plataforma integrada, adicionando valor aos clientes.

“Acreditamos que a competição é inevitável e não ficaríamos surpresos em ver um contínuo ‘fogo amigo’ dos dois lados. Com um ambiente de competição mais feroz, a habilidade da BM&FBovespa e da Cetip em reter clientes será posto a teste nos próximos anos”, destacam.

Preferência

O BTG ainda está entusiasmado com as projeções para o setor, mas revela um maior otimismo com a BM&FBovespa. A escolha se justifica pela maior probabilidade de que a Cetip precise conceder maiores descontos aos clientes, além do cenário mais desafiador para a subsidiária GRV. A empresa opera o Sistema Nacional de Gravames e pode ser afetada por um cenário de menor crescimento dos financiamentos de veículos.

O banco reduziu a recomendação da Cetip (CTIP3) de compra para neutra e manteve o preço-alvo em 30 reais, o que sugere um potencial de valorização de aproximadamente 18% na comparação com o fechamento de ontem. A estimativa para as ações da Bovespa (BVMF3) foi elevada de 13 reais para 13,50 reais, um potencial de 17%. A recomendação também é neutra.

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