Mercados

CÂMBIO-Tendência global reforça 10a queda seguida do dólar

(Texto atualizado com mais informações e comentário de mercado) Por Silvio Cascione SÃO PAULO, 14 de setembro (Reuters) - A desvalorização global do dólar colocou a moeda norte-americana à beira de 1,700 real nesta terça-feira, na décima queda consecutiva no mercado brasileiro. Com o dólar no menor nível desde novembro do ano passado, aumenta a […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2010 às 14h13.

(Texto atualizado com mais informações e comentário de
mercado)

Por Silvio Cascione

SÃO PAULO, 14 de setembro (Reuters) - A desvalorização
global do dólar colocou a moeda norte-americana à beira de
1,700 real nesta terça-feira, na décima queda consecutiva no
mercado brasileiro.

Com o dólar no menor nível desde novembro do ano passado,
aumenta a expectativa entre analistas e operadores por medidas
adicionais do governo para frear a valorização do real, como um
possível leilão de swap cambial reverso.

A moeda dos Estados Unidos terminou o dia a 1,708
real, em queda de 0,47 por cento. Os dez dias seguidos de baixa
do dólar representam a maior sequência desde novembro de 2005.

Nas últimas sessões, os fatores para a valorização do real
eram principalmente internos: a capitalização da Petrobras
, com capacidade de atrair dezenas de bilhões de
dólares ao país [ID:nN03270606], e a emissão de títulos no
exterior.

Mas nesta terça-feira o mercado internacional de câmbio
também pressionou a favor da valorização do real. Em meio a
comentários sobre o programa de compras de ativos pelo Federal
Reserve, o dólar rompeu níveis técnicos em diversos países.

A divisa caiu à mínima em 15 anos ante o iene , em
dois anos ante o dólar australiano , em um mês frente ao
euro e em mais de cinco anos ante o iuan .

Com isso, a estratégia do BC de fazer dois leilões de
compra de dólares no mesmo dia, mais uma vez, não conseguiu
evitar a valorização do real.

"Como se trata de um fenômeno global, o BC pode fazer um
monte de pirueta que provavelmente vai acabar engolindo um real
mais forte mesmo", disse o estrategista de uma corretora
nacional, que preferiu não ser identificado.

Operadores estimam que, após absorver entre 1 bilhão e 1,3
bilhão de dólares na sexta-feira, o BC tenha enxugado entre 650
milhões e 1 bilhão de dólares na segunda-feira. Os dados são
apenas estimativas de mercado e os números oficiais serão
divulgados somente na próxima semana.

ATUAÇÃO

Além das compras, o mercado comenta a possibilidade de um
leilão de swap cambial reverso.

A operação, que funciona como uma compra de dólares pelo BC
no mercado futuro, atenuaria a alta do cupom cambial, taxa
local de juro em dólares, cujo contrato de prazo mais curto
subiu a cerca de 2 por cento na BM&FBovespa .

A efetividade do swap reverso no curto prazo é reconhecida
por operadores, ao reduzir a oferta de dólares no mercado
futuro. Mas, no longo prazo, profissionais comentam que pode
ser repetido o roteiro anterior à crise global, quando a
cotação caiu abaixo de 1,60 real mesmo com os leilões de swap
reverso.

Outra possibilidade comentada é a limitação das posições
vendidas dos bancos no mercado à vista --que, recentemente,
também estão em níveis expressivos, de 13,724 bilhões de
dólares no fim de agosto.

(Edição de Daniela Machado)

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Mercados

Cinco ações para investir no 2º semestre de 2024, segundo o BTG Pactual

Ibovespa opera em queda com Campos Neto e Lula no radar; dólar bate R$ 5,70

CPI da zona do euro, falas de Lula e Vale (VALE3): o que move o mercado

Dólar sobe a R$ 5,65 em primeiro pregão de julho e bate máxima em 30 meses

Mais na Exame