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CÂMBIO-Dólar tem 3a alta seguida por ajustes e de olho em Europa

Por José de Castro SÃO PAULO, 17 de dezembro (Reuters) - O dólar registrou a terceira alta seguida ante o real nesta sexta-feira, afastando-se do nível de 1,70 real, em reação a ajustes de posições no mercado futuro, em meio a temores com uma crise de dívida na Europa. A moeda norte-americana subiu 0,76 cento, […]

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Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2010 às 15h39.

Por José de Castro

SÃO PAULO, 17 de dezembro (Reuters) - O dólar registrou a
terceira alta seguida ante o real nesta sexta-feira,
afastando-se do nível de 1,70 real, em reação a ajustes de
posições no mercado futuro, em meio a temores com uma crise de
dívida na Europa.

A moeda norte-americana subiu 0,76 cento, a 1,715
real na venda. Na semana, a cotação ficou estável, enquanto que
em dezembro registra apenas oscilação positiva de 0,06 por
cento.

"Os estrangeiros têm diminuído a posição vendida (em dólar)
nos últimos dias, o que reflete alguma cautela desses
investidores em manter uma exposição como essa muito elevada",
afirmou Alfreado Barbuti, economista da BGC Liquidez.

De acordo com dados da BM&FBovespa, os investidores
não-residentes sustentavam na véspera cerca de 11 bilhões de
dólares em posições vendidas nos mercados de dólar futuro e
cupom cambial (DDI), uma redução de 2 bilhões de dólares em
quatro dias.

Os bancos, por outro lado, mantinham exposição líquida
comprada em torno de 8,5 bilhões de dólares, também mostrando
redução na comparação com o início da semana.

Na prática, posições vendidas expressam apostas na
desvalorização do dólar.

"Esses ajustes tanto de estrangeiros quanto de bancos deve
servir como mais um elemento de volatilidade, principalmente
com a aproximação do final do ano", completou Barbuti.

O mercado seguia atento aos desdobramentos da crise de
dívida na Europa. No mais recente revés à zona do euro, a
Irlanda teve sua nota de crédito rebaixada em cinco degraus
pela Moody's, com a agência de classificação de risco alertando
que mais cortes poderão ocorrer caso Dublin não tenha êxito na
estabilização de suas finanças.

A decisão da Moody's golpeou os ativos europeus. O
principal índice de ações do continente recuou 0,44
por cento, enquanto o euro era cotado a 1,3157 dólar, em
queda de 0,6 por cento.

O dólar, por sua vez, valorizava-se 0,4 por cento ante uma
cesta de divisas .

Para o operador de uma corretora em São Paulo, que pediu
anonimato, o mercado de câmbio doméstico deve continuar
atrelado aos indicadores externos, principalmente aos problemas
na Europa.

"Além disso, o final de ano está aí e já tem muito
investidor saindo de cena. Isso pode sim aumentar a
volatilidade, ainda mais que dezembro é naturalmente um período
de saídas de recursos, por conta da remessa de lucros",
afirmou.

(Edição de Nathália Ferreira)

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