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CÂMBIO-Dólar continua abaixo de R$1,70, mesmo após IOF maior

SÃO PAULO, 5 de outubro (Reuters) - O dólar subia ligeiramente nesta terça-feira, mas permanecia abaixo de 1,70 real mesmo após o governo dobrar o imposto sobre o investimento estrangeiro em renda fixa. Às 9h39, a moeda norte-americana era cotada a 1,693 real, em alta de 0,06 por cento. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, […]

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Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2010 às 06h40.

SÃO PAULO, 5 de outubro (Reuters) - O dólar subia
ligeiramente nesta terça-feira, mas permanecia abaixo de 1,70
real mesmo após o governo dobrar o imposto sobre o investimento
estrangeiro em renda fixa.

Às 9h39, a moeda norte-americana era cotada a 1,693
real, em alta de 0,06 por cento.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou na véspera o
aumento para 4 por cento do IOF sobre a entrada de capital
externo para investimentos em renda fixa. O imposto sobre a
aplicação em ações continua em 2 por cento, e os investimentos
diretos permanecem isentos [ID:nN04138628].

A maioria dos analistas esperava que o governo tomasse uma
decisão do tipo após o dólar cair para o menor nível desde
setembro de 2008, embora parte acreditasse que a Fazenda
esperaria o segundo turno das eleições, no final do mês.

A medida, no entanto, não era suficiente para levar o dólar
acima de 1,70 real. "É muito cedo para dar uma palavra final,
mas praticamente não houve reflexo no mercado (de câmbio)",
disse o chefe da mesa de operações de um banco em Nova York,
que preferiu não ser identificado.

Há um ano, o governo implantou o IOF sobre investimento
estrangeiro em ações e renda fixa, com alíquota de 2 por cento.
Mantega avalia que o imposto foi bem-sucedido em evitar a queda
do dólar abaixo de 1,70 real, mas profissionais de mercado
apontavam, na época, que o que evitava a baixa do dólar era a
expectativa de que outras medidas pudessem ser tomadas.

"Essa medida deve ter uma alcance limitado. Não altera a
tendência de médio prazo do câmbio brasileiro", disse Roberto
Padovani, estrategista-chefe do banco WestLB do Brasil.

Marcelo Carvalho, chefe de pesquisa econômica para América
Latina do BNP Paribas, afirma que "em um ambiente global de
juros baixos por um longo período nas economias desenvolvidas,
a abundante liquidez global provoca uma busca por rendimento."

"Restrições fiscais podem jogar areia na roda de fluxo de
capitais, mas não impede que ela gire", completou, ressalvando
que o governo pode adotar outras medidas: aumentar a dosagem,
elevar a alíquota também para ações, adotar algum tipo de
quarentena, reforçar a intervenção do Banco Central no mercado
ou comprar dólares por meio do Fundo Soberano.

(Reportagem de Silvio Cascione; Edição de Vanessa Stelzer)

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