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CÂMBIO-Dólar cai com otimismo externo, de olho em novo governo

Por José de Castro SÃO PAULO, 24 de outubro (Reuters) - O dólar retomou a trajetória de queda ante o real nesta quarta-feira, quebrando uma série de três altas consecutivas em meio a entradas de recursos numa sessão de otimismo nos principais mercados externos. A moeda norte-americana caiu 0,69 por cento, a 1,723 real na […]

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Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2010 às 16h00.

Por José de Castro

SÃO PAULO, 24 de outubro (Reuters) - O dólar retomou a
trajetória de queda ante o real nesta quarta-feira, quebrando
uma série de três altas consecutivas em meio a entradas de
recursos numa sessão de otimismo nos principais mercados
externos.

A moeda norte-americana caiu 0,69 por cento, a 1,723 real
na venda, devolvendo parte do ganho de 1,1 por cento acumulado
nas últimas três sessões.

"Basicamente (a queda do dólar) foi por causa dos dados que
saíram sobre a economia norte-americana. A consequência disso é
a alta das bolsas de valores, e esse cenário de maior apetite
por risco ajudou na baixa do dólar aqui", disse Mario
Battistel, gerente de câmbio da Fair Corretora.

Enquanto as operações locais encerravam, o índice MSCI de
ações globais subia 0,8 por cento, enquanto o
indicador de volatilidade VIX despencava mais de 8 por
cento, com investidores animados após uma série de números
macroeconômicos positivos nos EUA.

Entre os dados, os pedidos de auxílio-desemprego recuaram à
mínima em mais de dois anos na semana passada, enquanto o gasto
do consumidor subiu em outubro [ID:nN24219086].

Tal pano de fundo favoreceu ingressos de recursos ao
mercado doméstico, segundo três operadores ouvidos pela
Reuters. De acordo com um deles, "não foi nada demais, mas o
suficiente para fazer o dólar cair".

Battistel, da Fair Corretora, notou ainda que a trajetória
descendente da moeda norte-americana pôde ser atribuída também
às perspectivas de maior rentabilidade nas aplicações
domésticas, em meio ao aumento das apostas numa alta da Selic
no início do próximo ano.

"Não tenho dúvidas de que esse fator também é monitorado
pelo pessoal. Com uma alta do juro os rendimentos das
aplicações no Brasil, que já são altos, vão ficar ainda
maiores, e isso é um atrativo a mais", avaliou.

A Selic está atualmente em 10,75 por cento ao ano, e a
aceleração em recentes índices de preços vem reforçando a
avaliação de que o Banco Central será obrigado a aumentar o
juro básico, com as apostas majoritárias se concentrando numa
elevação no primeiro trimestre de 2011.

EQUIPE ECONÔMICA

O mercado de câmbio seguiu atento ainda à definição da
equipe econômica do governo Dilma Rousseff. À tarde, Dilma
anunciou formalmente o nome dos integrantes, com Guido Mantega
no Ministério da Fazenda, Alexandre Tombini como presidente do
Banco Central e Miriam Belchior no Ministério do Planejamento.

Embora considere que os ruídos políticos estão concentrados
no mercado de juros futuros, a analista Flavia Cattan-Naslausky
da RBS Securities considerou em nota que o segmento de câmbio
não está incólume às incertezas com o próximo governo, citando
o forte suporte da cotação em torno de 1,70 real, que vem
dificultado a queda da moeda abaixo desse patamar.

"Isso sugere alguma resiliência na volatilidade no curto
prazo, mas também reforça o peso da decisão de Dilma sobre sua
equipe econômica e do Banco Central em particular em termos de
uma reação mais ampla no mercado de recursos de curto prazo que
poderia ter um impacto maior no câmbio", escreveu.

(Edição de Aluísio Alves)

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