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BRF dispara 9% com projeções e "short squeeze"; Eletrobras salta 5%

Confira os principais destaques de ações desta terça-feira

Senado aumenta reação à medida provisória que abre caminho para a privatização da Eletrobras (Dado Galdieri/Getty Images)

Senado aumenta reação à medida provisória que abre caminho para a privatização da Eletrobras (Dado Galdieri/Getty Images)

PB

Paula Barra

Publicado em 8 de dezembro de 2020 às 10h23.

Última atualização em 8 de dezembro de 2020 às 18h37.

Em sessão volátil, o Ibovespa fechou em leve alta de 0,18%, em 113.793 pontos, depois de cair 0,7% na mínima do dia. Na máxima do dia, também subiu na ordem de 0,7%. Entre as principais contribuições positivas em pontos, apareceram as ações da Magazine Luiza (MGLU3), BRF (BRFS3), que subiu 8,69% em meio à divulgação de projeções da empresa para os próximos 10 anos e "short squeeze", e NotreDame Intermédica (GNDI3). Do lado negativo, as maiores pressões vieram dos papéis da Petrobras (PETR3; PETR4), que teve seu segundo dia seguido de baixa, Bradesco (BBDC4) e B3 (B3SA3).

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Em variação, as ações da BRF lideraram as altas do índice, seguidas pelos papéis ordinários e preferenciais da Eletrobras (ELET3; ELET6), que subiram mais de 5% após início de cobertura do BTG Pactual com recomendação de compra. Na contramão, Usiminas (USIM5), PetroRio (PRIO3) e Embraer (EMBR3) figuraram como as maiores quedas em porcentagem, entre 4,22% e 2,03%.

Confira abaixo os principais destaques do pregão:

Eletrobras

As ações da Eletrobras (ELET3; ELET6) subiram mais de 5% após o BTG Pactual iniciar cobertura da companhia com recomendação de compra. O preço-alvo é de 63,00 reais para os papéis preferenciais, o que implica um potencial de valorização de 84% em relação ao fechamento de ontem.

Em relatório, os analistas João Pimentel e Fillipe Andrade, do banco, comentam que a companhia oferece um dos riscos/recompensa mais atraentes do seu universo de cobertura, uma vez que mostra um potencial de alta significativo, mesmo retirando qualquer vantagem com uma possível privatização. Supondo que a empresa continue estatal, eles apontam que o preço-alvo para o papel PN da elétrica seria de 52,00 reais, o que ainda assim representaria um potencial de valorização de 52% em relação ao fechamento de ontem.

Evidentemente, apontam, há ainda mais valor significativo a ser desbloqueado no caso da privatização ser bem-sucedida. Nesse caso, eles apontam que o preço-alvo de Eletrobras PN poderia saltar para 75,00, oferecendo um potencial de valorização de 119%. O preço-alvo atual é uma combinação de ambos os cenários, assumindo 50% de probabilidade de privatização da companhia.

BRF

Liderando os ganhos do Ibovespa, apareceram as ações da BRF (BRFS3), com alta de 8,69%. Segundo o analista Bruno Lima, da Exame Research, o movimento é puxado por um "short squeeze" nas ações, nome dado pelo mercado para essa alta rápida do preço de um papel, motivado pelo fechamento de posições de investidores vendidos.

De acordo com ele, a demanda por aluguel de ações da companhia estava subindo de forma considerável nos últimos dias, voltando para níveis muito altos. "A quantidade de ações alugadas estava equivalente a 6% do total de papéis da empresa em circulação no mercado. Depois que a companhia divulgou suas projeções nesta manhã para os próximos anos, os investidores que estavam 'short' (operando na venda) foram recomprar os papéis, para fechar a posição, puxando essa alta exagerada", comentou.

Na última sexta-feira (dado mais atualizado), as ações da companhia foram uma das mais alugadas no mercado, com aumento de 10,28% na comparação com o dia anterior, segundo dados do BTG Pactual.

Nesta manhã, a companhia divulgou suas estimativas para o intervalo entre 2021 a 2030, projetando investimentos de cerca de 55 bilhões de reais no período.

Para 2021 a 2023, a empresa espera receita líquida de 65 bilhões de reais, com crescimento de Ebitda de duas vezes em relação ao patamar atual, considerando os últimos 12 meses findos em 30 de setembro de 2020.

Para 2024 a 2026, a estimativa é de crescimento da receita líquida e do Ebitda em
aproximadamente 2,5 vezes em relação aos níveis atuais, e com crescimento da receita em mais de 60% no mercado brasileiro.

Já para 2027 a 2030, a companhia projeta receita líquida em mais de 100 bilhões de reais e de crescimento do Ebitda em mais de 3,5 vezes em relação ao patamar atual,
considerando os últimos 12 meses, com margem Ebitda consistentemente acima de 15% e margem líquida de aproximadamente 6%. A estimativa para o retorno sobre o capital investido (ROIC, na sigla em inglês) é de aproximadamente 16%.

Aéreas

As ações de companhias aéreas Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4), que chegaram a subir mais de 3%, viraram para negativo e fecharam em baixa 1,19% e 0,89%. No mês, no entanto, ainda acumulam ganhos de 8,86% e 17,73%, com o mercado seguindo de olho nas notícias positivas sobre vacinas e dados operacionais das companhias.

Depois da Gol ter divulgado na manhã de ontem seus dados operacionais de novembro, após o fechamento do pregão de segunda, foi a vez da Azul. A companhia informou que o tráfego de passageiros consolidado em novembro registrou aumento de 17,5% em relação ao mês anterior, mas queda de 30% na comparação com o mesmo mês de 2019. A oferta de assentos (ASK) cresceu 12,2% em relação ao mês passado e caiu 30,6% na comparação anual. A taxa de ocupação saiu de 79,3% para 81,3% em um mês. Em novembro do ano passado, a taxa foi de 82,4%.

Segundo os analistas da Mirae Asset, os dados de novembro continuaram mostrando recuperação ao longo do ano, principalmente em relação ao segundo trimestre, que foi o pior período da pandemia. "Ainda esperamos recuperação ao longo de dezembro, mas com maior volume somente após o início da aplicação das vacinas na população", comentam.

Rede D'Or 

A Rede D'Or precificou hoje sua oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) de ações a 57,92 reais por papel, levantando 11,4 bilhões de reais, segundo fontes a par da operação consultadas pela Reuters. A faixa indicativa de preço estava entre 48,91 e 64,35 reais por ação.

O início das negociações dos papéis no segmento Novo Mercado da B3 está previsto para a quinta-feira com o código RDOR3.

Com a captação, o IPO do grupo fica atrás apenas da listagem da BB Seguridade, em 2013, que levantou 11,475 bilhões de reais, e do Santander, em 2009, que movimentou 13,182 bilhões de reais.

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