Bovespa: no mês, o índice acumulou queda de 4,65%, a primeira perda desde maio, quando caiu 10% (Germano Lüders / EXAME)
Reuters
Publicado em 30 de novembro de 2016 às 19h21.
São Paulo - O principal índice da Bovespa subiu nesta quarta-feira, amparado na forte alta das ações da Petrobras, em meio a ganhos elevados nos preços do petróleo, mas encerrou novembro em território negativo, após cinco meses de altas seguidas.
O Ibovespa subiu 1,51 por cento, a 61.906 pontos, após subir 2,6 por cento na máxima do pregão. No mês, o índice acumulou queda de 4,65 por cento, a primeira perda desde maio, quando caiu 10 por cento.
O desempenho no mês foi pressionado pela surpreendente eleição de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos, que adicionou volatilidade aos negócios, além de um movimento de ajuste após a alta superior a 11 por cento do Ibovespa em outubro. No acumulado do ano, o índice acumula alta de 42,8 por cento.
O volume financeiro do pregão foi de 11,7 bilhões de reais, acima da média diária para o mês até a véspera, de 9,15 bilhões de reais.
No exterior, o bom humor veio com o primeiro acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para corte de produção desde 2008, que impulsionou os preços do petróleo.
A Arábia Saudita aceitou uma redução na sua extração e concordou com o congelamento do bombeamento do rival Irã em níveis pré-sanções, segundo fontes da Reuters.
Localmente, o sentimento positivo foi corroborado pela aprovação em primeiro turno no Senado da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o crescimento dos gastos públicos, por 61 votos a favor e apenas 14 contrários.
A ampla margem foi considerada positiva por operadores por indicar a manutenção da governabilidade do presidente Michel Temer.
Durante a tarde, o Ibovespa se afastou das máximas da sessão depois que a equipe da força-tarefa da Lava Jato informou que vai renunciar se o pacote de medidas contra a corrupção for aprovado como passou na madrugada desta quarta-feira na Câmara do Deputados.
O texto aprovado pela Casa derrubou diversos pontos do texto original e incluiu temas polêmicos, como a punição a juízes e procuradores.
A sessão teve ainda o rebalanceamento do índice global MSCI e suas subdivisões, incluindo a do Brasil, que passa a valer no fechamento desta quarta-feira.
O ajuste da carteira inclui as ações ordinárias da Eletrobras e exclui Cesp PNB, Totvs ON e units da Taesa.
- PETROBRAS PN avançou 9,14 por cento e PETROBRAS ON teve alta de 10,6 por cento, maiores ganhos diários desde março, em meio aos fortes ganhos do petróleo no mercado internacional. O petróleo Brent subiu 8,82 por cento, enquanto o contrato nos Estados Unidos avançou 9,31 por cento. Também no radar estava a sanção da lei que desobriga a petrolífera de ser operadora única do pré-sal.
- ITAÚ UNIBANCO subiu 1,96 por cento, enquanto BRADESCO PN teve ganhos de 2,37 por cento, tendo no radar notícia do jornal O Globo de que o governo federal avalia aumentar o crédito via liberação de depósito compulsório.
- BM&FBOVESPA subiu 0,73 por cento e CETIP ganhou 1,53 por cento, após a superintendência do Cade recomendar a impugnação da fusão entre as empresas, mas com analistas do Credit Suisse avaliando que o acordo será aprovado com a aplicação de pequenas medidas.
- VALE PNA caiu 3,04 por cento e VALE ON perdeu 3,84 por cento, em mais uma sessão de queda nos preços do minério de ferro.
- ELETROBRAS PNB, que não está no Ibovespa, caiu 1,19 por cento, revertendo os ganhos vistos mais cedo quando o papel subiu 2,9 por cento. A italiana Enel arrematou a distribuidora de energia elétrica goiana Celg-D, controlada pela Eletrobras, em leilão que marcou a primeira privatização do governo do presidente Michel Temer no setor elétrico.