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Bovespa segue Wall Street e cai mais de 1%

Índice recuou 1,15%, a 52.489 pontos, com o clima de ansiedade assolando os mercados no terceiro dia de paralisação do governo norte-americano


	Telão da Bovespa: giro financeiro do pregão foi de 5,28 bilhões de reais
 (Alexandre Battibugli/EXAME)

Telão da Bovespa: giro financeiro do pregão foi de 5,28 bilhões de reais (Alexandre Battibugli/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 3 de outubro de 2013 às 17h59.

São Paulo - O principal índice da Bovespa caiu mais de 1 por cento nesta quinta-feira, com o clima de ansiedade assolando os mercados no terceiro dia de paralisação parcial do governo norte-americano e com os papéis da operadora Oi caindo com força.

O Ibovespa recuou 1,15 por cento, a 52.489 pontos. O giro financeiro do pregão foi de 5,28 bilhões de reais.

Depois de fechar seis das sete últimas sessões em queda, o índice abriu o dia no azul, mas passou a seguir a direção das bolsas nova-iorquinas, onde investidores se ressentiram da falta de progresso nos debates para tirar o governo dos Estados Unidos de sua primeira paralisação em 17 anos.

"A bolsa daqui está sendo influenciada em grande escala pelo cenário externo, com o Dow Jones pesando mais forte, e também está ocorrendo um pouco de realização de lucros depois da reação do mercado nos últimos três meses", afirmou o sócio da Zenith Asset Management Guilherme Sand, referindo-se à alta de 10,29 por cento do Ibovespa no último trimestre.

Segundo estimativas do Goldman Sachs, uma paralisação curta do governo dos EUA pode reduzir o crescimento da maior economia do mundo em cerca de 0,2 ponto percentual, enquanto uma interrupção mais longa, com duração de semanas, pode diminuir o crescimento em 0,4 ponto percentual.

As ações dos EUA, contudo, recuperaram-se das mínimas do dia após reportagem do jornal New York Times informar que o presidente da Câmara dos Deputados, John Boehner, está determinado a impedir um eventual default do governo.

Também deram um viés negativo aos negócios no mercado doméstico o fato de a agência de classificação de risco Moody's ter reduzido a perspectiva do rating soberano brasileiro para "estável", de "positiva", citando a deterioração da relação dívida/PIB, o nível dos investimentos e o fraco crescimento.

No front corporativo, os papéis da Oi foram as principais baixas do Ibovespa no dia, com queda superior a 10 por cento, depois de terem subido na véspera, com investidores reavaliando os desdobramentos da fusão da operadora brasileira com a Portugal Telecom.

"No anúncio da fusão, houve uma certa euforia, o pessoal saiu comprando, achando que a ação estava barata e ia ter vantagem. Mas agora está analisando a complexidade da operação e a dívida da empresa, que vai ser maior", afirmou o analista da Magliano Corretora Henrique Kleine.

Na noite de quarta-feira, a agência de classificação de risco Standard & Poor's colocou o rating "BBB-" em escala global da Oi em observação negativa, citando métricas de crédito mais fracas para a nova empresa do que as expectativas atuais para a empresa brasileira.

"O mercado se deu conta hoje de que o acionista da Oi não vai ficar com grande parte dos benefícios da fusão", afirmou o analista da Quantitas Asset Management Daniel Bermúdez. Apesar de a Oi ter sido destaque da sessão, a bolsa teve queda generalizada. Papéis de construtoras e de empresas de siderurgia e mineração também contribuíram para puxar o índice para baixo.

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