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Bovespa registra mínima em um mês; Petrobras despenca

Bolsa foi pressionada por um movimento de aversão a risco global que também derrubou bolsas e commodities no exterior


	Bovespa: de acordo com gestores, o movimento foi guiado, particularmente, por incertezas relacionadas a ações de bancos centrais em países desenvolvidos
 (Germano Lüders / EXAME)

Bovespa: de acordo com gestores, o movimento foi guiado, particularmente, por incertezas relacionadas a ações de bancos centrais em países desenvolvidos (Germano Lüders / EXAME)

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Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2016 às 18h16.

São Paulo -  A Bovespa fechou com o seu principal índice em queda de 3 por cento, na mínima em mais de um mês, pressionado por um movimento de aversão a risco global que também derrubou bolsas e commodities no exterior.

O Ibovespa caiu 3,01 por cento, a 56.820 pontos.

Trata-se do menor patamar desde 2 de agosto. O volume financeiro no pregão somou 8,2 bilhões de reais.

De acordo com gestores ouvidos pela Reuters, o movimento foi guiado, particularmente, por incertezas relacionadas a ações de bancos centrais em países desenvolvidos.

Um desses profissionais vê um certo receio nos mercados de que a política monetária nesses países possa ter chegado a um limite, com chance de reavaliação de algumas políticas expansionistas.

Ao mesmo tempo, permanecem dúvidas sobre os próximos passos do Federal Reserve, o BC dos Estados Unidos, que se reúne na próxima semana para decidir sobre sua taxa de juros.

"Apesar da chance relativamente baixa de o juro subir este mês (nos EUA), há muita incerteza e quem diga que o Fed pode surpreender e não seguir o mercado", afirma o gestor Marcello Paixão, sócio da administradora de recursos Constância NP.

Tais incertezas combinadas com a valorização na Bovespa em 2016 endossaram questionamentos sobre a relação risco e retorno nas alocações, corroborando alguma realização de lucros. O Ibovespa acumulava até a véspera elevação de 35 por cento este ano.

Em Wall Street, o S&P 500 caiu 1,48 por cento.

Destaques

Petrobras fechou com as ações preferencias em queda de 6,74 por cento e as ordinárias com tombo de 7,61 por cento, na esteira do recuo dos preços do petróleo.

A sessão ainda teve como pano de fundo avaliações de líderes partidários de que a votação de projeto sobre a participação da estatal no pré-sal deve ficar para depois das eleições municipais de outubro.

Vale fechou em queda de 6,94 por cento nas preferenciais e 6,98 por cento nas ordinárias, acompanhando a fraqueza dos preços de commodities, apesar dos dados melhores sobre a economia chinesa.

Gerdau fechou em queda de 8,76 por cento, em sessão também bastante negativa para as siderúrgicas, que lideram as altas do Ibovespa em 2016.

CSN perdeu 7,39 por cento e USIMINAS caiu 7,71 por cento, tendo ainda no radar decisão dos Estados Unidos de impor tarifas contra importação de aços laminados do Brasil.

Bradesco perdeu 4,16 por cento nas preferenciais e Itaú Unibanco caiu 1,99 por cento, afetados pelas vendas generalizadas, pesando no Ibovespa em razão da participação relevante que detêm na composição do índice.

Fibria subiu 2,03 por cento, entre as poucas altas do Ibovespa nesta sessão, encontrando suporte na alta do dólar ante o real, apesar de novo recuo semanal nos preços de celulose na China.

JBS ganhou 1,46 por cento, depois de ter chegado a recuar 2,84 por cento no início da sessão. A maior processadora de carnes do mundo anunciou nesta manhã a troca de comando, após a Justiça impedir Wesley Batista de exercer cargos executivos. A alta do dólar ante o real também ajudou a companhia.

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