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Bovespa fecha em baixa de mais de 2%, pressionada por JBS e BRF

A PF lançou nesta sexta a operação Carne Fraca para desarticular uma organização criminosa liderada por fiscais federais e cerca de 40 empresas

Carne Fraca: "A carne é um dos pontos fortes da nossa balança comercial. Não dá para quantificar ainda como vai ser a repercussão disso nas exportações" (Nacho Doce/Reuters)
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Reuters

Publicado em 17 de março de 2017 às 18h29.

São Paulo - O principal índice da Bovespa fechou em queda superior a 2 por cento nesta sexta-feira, pressionado pelas fortes perdas das ações da JBS e da BRF após operação da Polícia Federal, em sessão marcada por um noticiário corporativo movimentado.

O Ibovespa caiu 2,39 por cento, a 64.209 pontos, contabilizando na semana baixa de 0,72 por cento. O volume financeiro foi intenso e somou 12,37 bilhões de reais, acima da média diária para o mês até a véspera, de 7,76 bilhões de reais.

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A Polícia Federal lançou nesta sexta-feira a operação Carne Fraca em seis Estados e no Distrito Federal para desarticular uma organização criminosa liderada por fiscais agropecuários federais e cerca de 40 empresas, entre elas JBS e BRF, acusadas de pagamento de propina para a liberação de mercadorias sem fiscalização.

"A recuperação (econômica) do Brasil ainda não está muito bem e um fato assim pesa ainda mais", disse o gerente de renda variável da H.Commcor Ari Santos, acrescentando que as atenções agora se voltam a eventuais repercussões internacionais sobre as acusações envolvendo empresas exportadoras de carne.

"A carne é um dos pontos fortes da nossa balança comercial. Não dá para quantificar ainda como vai ser a repercussão disso nas exportações", disse Santos.

O cenário político também seguiu no radar dos investidores, que avaliam se as recentes delações envolvendo o núcleo do governo do presidente Michel Temer podem afetar o avanço de propostas como a da Previdência.

Destaques

- JBS ON caiu 10,59 por cento, a maior baixa desde 26 de outubro (-11,45 por cento), para 10,72 reais, menor cotação desde o início de dezembro. Já BRF ON perdeu 7,25 por cento, marcando a maior baixa desde 26 de fevereiro (-7,7 por cento), para 37,10 reais, menor valor desde dezembro de 2012. As duas empresas lideraram as quedas do Ibovespa, com volumes acima da média recente para os papéis, após a operação da Polícia Federal. Em comunicados separados, as duas empresas afirmaram que adotam padrões rigorosos de qualidade.

- ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES ON teve baixa de 4,64 por cento, após a empresa afastar seu presidente, Pedro Thompson, dos assuntos relacionados à fusão com a KROTON ON, que perdeu 3,67 por cento, em meio a uma denúncia de suposta intervenção para frear o acordo entre as duas empresas .

- BRADESCO PN fechou em baixa de 3,08 por cento, enquanto ITAÚ UNIBANCO recuou 2,87 por cento, ajudando a pressionar o Ibovespa devido ao peso que as ações têm em sua composição.

- SMILES caiu 2,33 por cento, passando por ajuste após acumular alta de 8,5 por cento nos cinco pregões anteriores.

- PETROBRAS PN teve baixa de 4,01 por cento e PETROBRAS ON recuou 3,69 por cento, abandonando os ganhos vistos no início do pregão, quando as preferenciais chegaram a subir 1,24 por cento. Os papéis foram influenciados pelo mau humor no mercado como um todo e tinham ainda como pano de fundo os desdobramentos de processos de desinvestimento da petroleira. A empresa pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar a liminar que paralisou a venda de alguns ativos.

- SER EDUCACIONAL ON, que não faz parte do Ibovespa, subiu 2,7 por cento. A empresa informou que seu lucro líquido do quarto trimestre de 2016 quase dobrou para 32,2 milhões de reais, com melhora do desempenho operacional e do resultado financeiro em meio ao aumento de caixa.

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