Mercados

Bovespa cai 2,61% com China, Nova York e IOF

Por Rosangela Dolis São Paulo - A Bovespa seguiu o mercado norte-americano e ampliou na última hora de negócios a já expressiva queda determinada desde cedo pela alta dos juros na China. Fechou em baixa de 2,61%, aos 69.863,58 pontos, com apenas cinco ações em alta. O motivo da aceleração de perdas na reta final […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2010 às 17h32.

Por Rosangela Dolis

São Paulo - A Bovespa seguiu o mercado norte-americano e ampliou na última hora de negócios a já expressiva queda determinada desde cedo pela alta dos juros na China. Fechou em baixa de 2,61%, aos 69.863,58 pontos, com apenas cinco ações em alta. O motivo da aceleração de perdas na reta final foi a divulgação da notícia de que dois grandes fundos de investimento, o Pimco e o BlackRock, e o Federal Reserve (Fed) de Nova York estão tentando forçar o Bank of America (BofA) a recomprar hipotecas problemáticas.

Desde cedo, a alta dos juros chineses colocou as bolsas no vermelho. A leitura dos analistas foi que a medida deve reduzir o rápido crescimento da economia do país e por tabela desacelerar a recuperação global. Como a elevação do juro chinês aponta para redução da demanda de matérias-primas no país asiático e no mundo, a Bovespa viu as ações de empresas ligadas a commodities, como Petrobras, OGX, Vale e siderúrgicas, em fortes quedas.

A desvalorização do Ibovespa, maior que as das Bolsas em Nova York, foi turbinada por fatores internos: novo aumento do IOF sobre capital externo, desta vez de 4% para 6%, e a elevação do IOF nos depósitos de garantia nas operações de mercado futuro de 0,38% para 6% prejudicaram ações do setor financeiro. Em consequência, a ação ON da BM&FBovespa deu continuidade ao movimento da véspera e caiu 3,17%.

Além disso, pesquisa eleitoral da Vox Populi/IG mostrou aumento da vantagem de Dilma Rousseff (51% das intenções de voto) sobre José Serra (39%) na disputa presidencial e levou a perdas em ações da Eletrobras (ON, -0,78%, e PNB, -0,80%) e do Banco do Brasil (ON, -1,71%). A realização de lucros provocou também recuos expressivos em ações de construtoras, que chegaram a 6,28% no papel ON da Rossi Residencial.

Ao longo da sessão, o Ibovespa oscilou entre a máxima de 71.734,93 pontos, estável, na abertura, à mínima de 69.628,37 pontos, em queda de 2,94%, à tarde. Para Fausto Gouveia, economista chefe da Legan Asset, a bolsa brasileira mantém viés de alta até 69.500 pontos. O volume financeiro atingiu R$ 7,587 bilhões.

Acompanhando o enfraquecimento das commodities no exterior, as ações ON da Petrobras caíram 3,66% e a PN, 4,24%, enquanto OGX Petróleo ON desvalorizou-se 5,20%. Os papéis ON da Vale perderam 2,39% e os PNA, -2,08%. Entre as siderúrgicas, CSN ON caiu 1,87%; Gerdau PN, 3,65%; Gerdau Metalúrgica PN, 3,31%; Usiminas ON, -1,86%, e PNA, -2,35%.

Em Nova York, Dow Jones caiu 1,48%; o Nasdaq, 1,76%; e o S&P500, 1,59%.

Além dos efeitos do aumento da taxa de juro na China e da pressão de fundos sobre o BofA, as Bolsas norte-americanas reagiram a balanços corporativos divulgados. Os resultados financeiros anunciados por três grandes bancos norte-americanos pela manhã - BofA, Bank of New York Mellon e Goldman Sachs - foram positivos, mas insuficientes para impedir expressiva queda dos índices acionários em Nova York. O peso dos balanços da Apple e da IBM anunciados na véspera prevaleceu, com algumas linhas de seus demonstrativos financeiros desagradando os investidores.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Mercados

Ex-CEO da Warner Music desiste de comprar Paramount

Super ou Micro? Empresa de IA que subiu mais que Nvidia enfrenta seu teste de estresse

Mercado aguarda balanço da Nvidia para guiar expectativas sobre IA

Conselho da Vale (VALE3) elege Gustavo Pimenta como novo presidente da companhia

Mais na Exame