Por Olívia Bulla

São Paulo - Após o feriado prolongado, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) reabre hoje sob a influência do vencimento de opções sobre ações. A tradicional disputa de preços tende a elevar a volatilidade do pregão, mas sem necessariamente descolar seu comportamento dos mercados no exterior. Lá fora, diferentes focos de tensão, vindos da China, da Europa e dos EUA, pesam sobre os negócios. Às 11h09 (horário de Brasília), o índice Bovespa (Ibovespa) recuava 0,75%, aos 69.841 pontos.

Embora mais curta no Brasil, a semana promete ser intensa para os mercados, com os agentes se debruçando sobre as questões que rondam a economia global. Enquanto na Ásia a preocupação é com a inflação e o fluxo de capital externo, na Europa a crise das dívidas soberanas volta a assustar países da periferia da zona do euro. Nos EUA, os efeitos da política monetária frouxa caem cada vez mais no descrédito.

Como resultado, a Bolsa de Xangai cedeu quase 4% hoje, em meio ao temor de um aperto monetário mais agressivo, o que prejudica o desempenho das commodities nesta manhã e deve reverberar sobre os negócios no Brasil. Na Europa, as praças financeiras caem mais de 1% desde cedo, diante das incertezas sobre se Irlanda e Portugal irão aceitar um pacote de resgate, a fim de evitar um contágio nas nações vizinhas.

A agenda econômica de hoje nos EUA tem como destaque a produção industrial do país em outubro, a ser divulgada às 12h15 (horário de Brasília), além da inflação no atacado no mesmo mês, às 11h30. No Brasil, a temporada de balanços chega ao fim hoje com a apresentação dos dados de sete empresas: Banco do Brasil (BB), TAM, Gafisa, PDG Realty, Marfrig, São Martinho e Guararapes.

Ao longo do dia, Petrobras e Vale devem ficam reféns dos movimentos relacionados ao exercício de opções sobre ações, com a disputa podendo inflar o volume financeiro da Bolsa. A opção é um contrato que confere ao portador o direito de compra ou venda de um ativo a um preço predeterminado. O vencimento de opções é a data de validade desses contratos. A partir do dia seguinte, o detentor da opção não pode mais exercê-la. Por isso, no dia de vencimento das opções e nos dias imediatamente anteriores, o movimento da Bolsa pode sofrer distorções, com os investidores atuando de forma tal que os preços das ações se aproximem daqueles valores que mais os favorecem quando a opção for exercida.