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Bovespa abre em baixa, afetada por China e commodities

Por Olívia Bulla São Paulo - A véspera do fim de semana prolongado promete ser agitada para a Bovespa. A queda de mais de 5% da Bolsa de Xangai nesta sexta-feira desencadeou uma onda de aversão ao risco no exterior, penalizando principalmente os preços das matérias-primas (commodities), o que tende a ampliar o impacto negativo […]

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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2010 às 10h06.

Por Olívia Bulla

São Paulo - A véspera do fim de semana prolongado promete ser agitada para a Bovespa. A queda de mais de 5% da Bolsa de Xangai nesta sexta-feira desencadeou uma onda de aversão ao risco no exterior, penalizando principalmente os preços das matérias-primas (commodities), o que tende a ampliar o impacto negativo sobre os negócios locais. Além disso, a ausência de um acordo no G-20, ao final da reunião de cúpula em Seul, e as renovadas preocupações quanto à saúde fiscal em alguns países da Europa reduzem a disposição dos agentes em assumirem posições. Ao mesmo tempo, a safra doméstica de balanços divide as atenções com a agenda econômica dos EUA e pode inspirar movimentos nos ativos, elevando a volatilidade. Às 11h05, logo após a abertura do pregão regular, o índice Bovespa caía 1,14% a 70.383,53 pontos.

Enquanto os líderes dos países que representam as 20 maiores economias do mundo deixavam Seul sem nenhum acordo prático para contornar os desequilíbrios econômicos globais, a China registrava a maior queda porcentual de sua bolsa em mais de 14 meses, diante dos renovados temores sobre medidas mais agressivas de aperto monetário a serem adotadas por Pequim. "O que a China está fazendo é se prevenir de uma enxurrada de dólares que começou a ser despejada esta semana pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano), visando evitar o surgimento de uma bolha artificial e limitar o impacto dessa liquidez liberada pelos EUA", avalia o economista da Senso Corretora, Antônio Cezar Amarante.

Depois de o Banco do Povo da China (PBOC) anunciar o aumento do compulsório bancário em grandes bancos chineses, a partir da semana que vem, fontes disseram ao jornal estatal Securities Times que Pequim restringiu a compra de propriedades no país por estrangeiros. As medidas tiveram efeito principalmente nas commodities, diante dos receios de demanda mais contida pelos recursos básicos em meio às esforços do gigante emergente em controlar a alta dos preços e esfriar o curso da atividade. Por volta das 11 horas, o contrato futuro do petróleo leve negociado em Nova York, com vencimento em dezembro, caía 1,84%, a US$ 86,19 por barril.

Pulando para o Ocidente, as atenções se concentram no ímpeto dos países em se reerguerem no pós-crise e o foco se volta para a fragilidade das finanças públicas de nações periféricas da zona do euro. Especulações de que um socorro financeiro iminente para a Irlanda estaria sendo trabalhado atenuaram as perdas das bolsas europeias e dos índices futuros de Nova York, mas autoridades irlandesas negaram o pedido de ajuda e disseram que a necessidade de financiamento do país em 2011 é de 23,5 bilhões de euros, acima dos 20,5 bilhões de euros deste ano. No mesmo horário, o futuro do S&P-500 caía 0,72% e a Bolsa de Paris tinha a maior queda entre seus pares, de -1,10%.

Internamente, a semana chega ao fim com mais uma série divulgações de balanços corporativos. Entre as 17 empresas que apresentam resultado estão: Eletrobras, Cemig, TAM, Gol, BRF Brasil Foods, Brasil Ecodiesel, MMX e Sabesp. O Banco Panamericano, que iria apresentar seu balanço trimestral hoje, decidiu adiar a divulgação dos dados financeiros após o principal controlador da instituição anunciar um aporte de R$ 2,5 bilhões para cobrir um rombo nas contas. Ainda não foi definida uma nova data para apresentação dos demonstrativos financeiros do banco no trimestre passado. De qualquer forma, os recursos vindos do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) aparecerão apenas nos dados do quarto trimestre de 2010.

E o mercado repercute hoje o lucro líquido de R$ 8,566 bilhões no terceiro trimestre deste ano, anunciado ontem a noite pela Petrobras. A cifra é 7,88% maior em relação ao mesmo período do ano passado, porém, ficou levemente abaixo da média das estimativas dos analistas consultados pela Agência Estado. A receita líquida da companhia no período alcançou R$ 54,739 bilhões, alta de 14,3% ante o mesmo período do ano passado, ocasionada principalmente pela recuperação dos preços do petróleo na comparação anualizada e pelo aumento do volume produzido ao longo do terceiro trimestre.

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