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Bovespa abre em baixa à espera do G-20

Por Olívia Bulla São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) começa a semana dando continuidade à realização de lucros iniciada na última sexta-feira. A cautela substitui o otimismo dos agentes, antes do encontro de cúpula do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), na Coreia do Sul. Especulações sobre a […]

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Da Redação

Publicado em 8 de novembro de 2010 às 10h15.

Por Olívia Bulla

São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) começa a semana dando continuidade à realização de lucros iniciada na última sexta-feira. A cautela substitui o otimismo dos agentes, antes do encontro de cúpula do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), na Coreia do Sul. Especulações sobre a adoção de novas medidas por parte do governo brasileiro para conter a valorização do real ante o dólar, além de incertezas sobre a eficácia da política de afrouxamento monetário nos EUA, também influenciam os negócios. Às 11h11 (horário de Brasília), o índice Bovespa (Ibovespa) recuava 0,27%, para 72.412 pontos.

O economista da Senso Corretora, Antônio Cezar Amarante, vê a reunião de líderes do G-20, na quinta e na sexta-feira desta semana, como uma possibilidade de entendimento para que as nações mais desenvolvidas possam amenizar os efeitos da entrada de dólares em seus mercados. Ao mesmo tempo, ele acredita que o Brasil deve guardar munição para depois do encontro na Coreia do Sul, a fim de limitar os efeitos perversos de uma "guerra cambial". Um dos maiores temores para o mercado acionário brasileiro é a taxação maior do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nos investimentos externos em ações, hoje em 2%. "Mas várias medidas podem ser levadas em conta", comentou, citando o aumento do depósito compulsório.

Além disso, os agentes também estão em dúvida sobre os reais impactos, na economia dos EUA, da promessa do Federal Reserve (Fed, o banco central do país) de injetar liquidez nos mercados, por meio da compra de títulos do Tesouro norte-americano. "A eficácia ainda é uma dúvida e esse dinheiro não vai diretamente para a economia. É preciso medidas mais efetivas, de prazo mais longo", avalia Amarante.

Ele lembra que a agenda fraca dos EUA até a sexta-feira é incapaz de reduzir essas incertezas, uma vez que o Fed afirmou que agiria quando necessário e conforme a situação econômica. "Por enquanto, é só promessa, e o mercado se antecipou ao que ainda não ocorreu", conclui.

Diante disso, as bolsas devem se ajustar aos fortes ganhos recentes. Analistas acreditam que as empresas mais sensíveis aos contexto global, como as exportadoras de matérias-primas, tendem a ser as mais penalizadas. Destaque para a temporada de balanços, que entra na reta final e traz hoje os resultados financeiros de EcoRodovias, Even, LLX, Marcopolo e Randon.

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