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Bolsas de NY caem por paralisação e dado ruim nos EUA

O movimento destaca o nervosismo dos investidores com o terceiro dia de paralisação e a aproximação do prazo para elevar o teto da dívida


	Nasdaq: indicador recuou 40,68 pontos (1,07%), terminando o pregão a 3.774,34 pontos
 (AFP)

Nasdaq: indicador recuou 40,68 pontos (1,07%), terminando o pregão a 3.774,34 pontos (AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de outubro de 2013 às 18h01.

Nova York - As Bolsas de Nova York fecharam em queda nesta quinta-feira, 03, com a falta de indícios de que a paralisação parcial do governo dos Estados Unidos possa ser revertida em breve e com um dado fraco do setor de serviços norte-americano.

O índice Dow Jones perdeu 136,66 pontos (0,90%), fechando a 14.996,48 pontos, registrando sua nona perda em 11 sessões. O S&P 500 teve queda de 15,21 pontos (0,90%), encerrando a 1.678,66 pontos. O Nasdaq recuou 40,68 pontos (1,07%), terminando o pregão a 3.774,34 pontos.

O movimento destaca o nervosismo dos investidores com o terceiro dia de paralisação e a aproximação do prazo para elevar o teto da dívida. Ian Winer, diretor da Wedbush Securities, disse que as ordens de venda predominaram em meio às preocupações com Washington. "Vimos vendas de todos os tipos de instituições. Não parece haver muita demanda porque as pessoas estão preocupadas com a situação em Washington.

A ansiedade também cresce antes do debate sobre a elevação do teto da dívida dos EUA, hoje em torno de US$ 16,7 trilhões. Segundo o Tesouro norte-americano, o limite de endividamento será atingido no próximo dia 17.

A queda maior do que a esperado no índice de atividade do setor de serviços dos EUA, medido pelo Instituto para Gestão de Oferta (ISM, na sigla em inglês), contribuiu para ampliar as perdas nos mercados acionários norte-americanos.

O indicador, que havia subido a 58,6 em agosto, caiu a 54,4 no mês passado, abaixo da previsão de analistas, de um recuo a 57, reforçando a expectativa de que o Federal Reserve - o banco central norte-americano - continuará sem alterar sua política de estímulos neste mês.

Antes disso, havia saído o número de pedidos de auxílio-desemprego feitos por trabalhadores norte-americanos, que na semana passada subiu ligeiramente para 308 mil, mas ficou abaixo da projeção de 314 mil solicitações e se manteve perto do nível mais baixo em seis anos.

O indicador chegou a dar algum suporte aos índices futuros em Nova York antes da abertura dos mercados à vista e do dado fraco do ISM.


Por causa da paralisação, dois indicadores dos EUA deixaram de ser divulgados nesta semana. E o terceiro e mais aguardado deles, o relatório de emprego referente a setembro, não sairá mais na sexta-feira, 04, como estava previsto, e nem tem nova data para ser publicado.

Os discursos de dirigentes do Fed apontaram que uma redução de estímulos em outubro é improvável e que a política monetária continuará acomodatícia por algum tempo. O presidente do Fed de Atlanta, Dennis Lockhart, disse que a falta de dados econômicos devido à paralisação torna mais difícil avaliar o estado da economia.

Já o dirigente da distrital de São Francisco, John Williams, indicou que não há urgência para diminuir o ritmo de estímulos do banco central à economia. Somente o presidente do Federal Reserve de Dallas, Richard Fisher, expressou oposição à continuação dos estímulos e disse que o Fed está contribuindo para o clima geral de incerteza que freia a economia do país. Nenhum dos três tem poder de voto no Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) este ano.

No noticiário corporativo, a Boeing, componente do Dow Jones, recuou 2% após alertar que a entrega de alguns aviões pode ser adiada devido à paralisação do governo dos EUA. A blue chip United Technologies perdeu 1,3% depois de dizer que será forçada a colocar 2 mil funcionários em férias coletivas sem salário no departamento que fabrica helicópteros para o Departamento de Defesa. Segundo a empresa, o número pode dobrar se a paralisação não terminar esta semana.

Na Europa, as Bolsas também fecharam em baixa. As perdas foram de 0,73% em Paris, 0,37% em Frankfurt, 0,58% em Madri, 0,44% em Milão e 0,73% em Lisboa. A de Londres contrariou a tendência e subiu 0,18%. A queda no mercado italiano veio, apesar do avanço de 1,66% da Telecom Itália com a notícia de que Franco Bernabé renunciou ao cargo de executivo-chefe da empresa.

Fonte: Dow Jones Newswires.

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