Mercados

Bolsas da Europa sobem impulsionadas pela Espanha

O índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou o dia com o maior ganho em oito meses, ao subir 2,43% e fechar aos 292,63 pontos


	Bolsas da Europa: a Bolsa de Madri teve alta de 3,26%, a 8.289,30 pontos
 (Jasper Juinen/Getty Images)

Bolsas da Europa: a Bolsa de Madri teve alta de 3,26%, a 8.289,30 pontos (Jasper Juinen/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2013 às 14h36.

Londres - As bolsas da Europa fecharam em forte alta nesta terça-feira, impulsionadas por um leilão bem-sucedido da Espanha, por balanços positivos e pelas expectativas de que as autoridades da região deixarão de lado a austeridade e se aproximarão mais de políticas que estimulam o crescimento econômico.

Existe ainda a expectativa de que o Banco Central Europeu (BCE) corte as taxas de juros na reunião de política monetária na próxima semana. O otimismo continuou mesmo após a divulgação de dados negativos da Alemanha.

O índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou o dia com o maior ganho em oito meses, ao subir 2,43% e fechar aos 292,63 pontos. Nesta segunda-feira (22), o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, afirmou que a política de austeridade que a União Europeia (UE) persegue não tem mais o apoio público necessário para funcionar.

Na semana passada, o presidente do Bundesbank, Jens Weidmann, que também é membro do conselho do BCE, declarou que o banco pode cortar as taxas de juros se os dados econômicos justificarem isso.

Nesta terça-feira, o representante do Banco da França no conselho do BCE, Christian Noyer, afirmou que os formadores de política não abandonaram os cortes de juros, mas existe espaço para uma mudança no ritmo.

Crescentes sinais de desaceleração na zona do euro alimentaram expectativas de que o BCE corte as taxas de juros, novamente, em breve. No entanto, Noyer culpou a falta de demanda, e não as taxas de juros, pela fraqueza dos empréstimos para famílias e pequenas empresas.

Entre os indicadores divulgados nesta terça-feira, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro ficou em 46,5 em abril, mesma leitura de março, e ligeiramente acima dos 46,4 esperados por analistas. O dado abaixo de 50, porém, continua a indicar retração na atividade.


Já o PMI composto da Alemanha caiu para 48,8 em abril, de 50,6 em março, também ficando abaixo da marca de 50 que separa a expansão da contração. Na França, o mesmo indicador avançou este mês para 44,2, de 41,9 em março. Investidores esperam que os dados motivem o BCE a cortar os juros.

"As leituras abaixo de 50 devem acender um alarme", disse o IG. "Dados tão ruins, normalmente, provocariam uma fuga do mercado de ações. No entanto, ao somá-los com o cenário de baixa inflação na zona do euro, isso pode dar espaço adicional para que o BCE corte as taxas de juros."

A Espanha, por sua vez, deu suporte aos negócios com ações no continente europeu ao vender 3,011 bilhões de euros (US$ 3,93 bilhões) em títulos de três e nove meses, um pouco mais do que o máximo pretendido de 3 bilhões de euros, a um custo bem menor que no leilão anterior.

Também favoreceram as bolsas europeias a publicação de bons resultados trimestrais de empresas como a ARM e a Richemont.

Já na Itália, o presidente reeleito nesta segunda-feira para um novo mandato de sete anos, Giorgio Napolitano, começou nesta terça-feira as negociações para a escolha de um primeiro-ministro, antes da possível realização de novas eleições, e existe a expectativa de que um nome seja anunciado ainda hoje.


Nesse cenário, o índice CAC-40 da Bolsa de Paris liderou os ganhos, com alta de 3,58%, a 3.783,05 pontos.

Os bancos foram os destaques da sessão, com as ações do BNP Paribas avançando 5,4%, do Crédit Agricole subindo 6,8% e do Société Générale ganhando 7,1%. Além disso, a Schneider Electric teve alta de 5,9% e a Safran ganhou 5,6% após divulgar resultados do primeiro trimestre.

O índice DAX da Bolsa de Frankfurt avançou 2,41% e fechou a 7.658,21 pontos. O Deutsche Bank ganhou 5,1%, a HeidelbergCement avançou 4,3% e a Allianz fechou com alta de 4,1%. Somente o Commerzbank caiu na sessão desta terça-feira, perdendo 1,1% antes do aumento de capital previsto para maio.

Na Bolsa de Londres, o índice FTSE ganhou 2,00%, encerrando o dia a 6.406,12 pontos. A ARM Holdings liderou os ganhos, subindo 12% após resultados melhores que os esperados no primeiro trimestre.

A AB Foods avançou 8,1% após a divulgação de resultados que também superaram as expectativas. Já a Bolsa de Madri teve alta de 3,26%, a 8.289,30 pontos. A Bolsa de Lisboa subiu 2,99% e fechou a 6.027,66 pontos. O índice FTSE-Mib da Bolsa de Milão ganhou 2,93% e fechou a sessão a 16.490,77 pontos. As informações são da Dow Jones.

Acompanhe tudo sobre:Açõesbolsas-de-valoresCACDAXFTSEMercado financeiro

Mais de Mercados

Goldman Sachs vê cenário favorável para emergentes, mas deixa Brasil de fora de recomendações

Empresa responsável por pane global de tecnologia perde R$ 65 bi e CEO pede "profundas desculpas"

Bolsa brasileira comunica que não foi afetada por apagão global de tecnologia

Ibovespa fecha perto da estabilidade após corte de gastos e apagão global

Mais na Exame