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Bolsas da Europa fecham sem direção em meio a decisão do BCE

O corte de juros pelo BCE foi o primeiro desde julho do ano passado e ajudou a reverter a direção de alguns índices para o território positivo


	Bolsas da Europa: em Madri, o índice IBEX-35 perdeu 0,15%, a 8.406,40 pontos
 (AFP)

Bolsas da Europa: em Madri, o índice IBEX-35 perdeu 0,15%, a 8.406,40 pontos (AFP)

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Da Redação

Publicado em 2 de maio de 2013 às 14h21.

Londres - As bolsas europeias fecharam em direções divergentes nesta quinta-feira, com os principais índices deixando o território negativo após o Banco Central Europeu (BCE) cortar a taxa básica de juros em 0,25 ponto porcentual, para a nova mínima recorde de 0,50%, conforme o esperado pela maioria dos analistas.

Os investidores também tiveram de digerir dados mistos. O índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou a sessão com alta de 0,40%, a 298,13 pontos.

O corte de juros pelo BCE foi o primeiro desde julho do ano passado e ajudou a reverter a direção de alguns índices para o território positivo.

No entanto, a volatilidade gerada pelos cortes de juros anunciados pelo BCE e pelas declarações do presidente da instituição, Mario Draghi, em entrevista à imprensa, indicam a frustração dos mercados com a capacidade de ação do BCE para estimular a economia da zona do euro.

Apesar de a instituição ter cortado a taxa de juros de refinanciamento para a mínima histórica de 0,50% e a taxa de empréstimos marginal para 1,00%, o resumo dos comentários de Draghi é que a instituição não pode substituir a falta de reformas estruturais dos governos e não pode limpar os balanços dos bancos de cada país.

O BCE também não anunciou medidas tão radicais quanto as esperadas por alguns participantes dos mercados. A única novidade é que o banco central vai explorar o mercado de títulos lastreados em ativos (ABS, na sigla em inglês) para estimular empréstimos para as empresas.

O resumo das medidas e declarações de hoje é que o BCE precisa de ações mais firmes dos governos para fortalecer as economias nacionais.


"Com tudo considerado, a única certeza é de que o BCE não fez nada que fosse melhorar as circunstâncias no curto prazo", disse Craig Erlam, analista de mercado da Alpari.

Além disso, pesou sobre o sentimento dos investidores a fala de Draghi de que o BCE vai olhar para um corte na taxa de depósito com "mente aberta" e permanece pronto para agir se for necessário. Marc Ostwald, estrategista da Monument Securities, afirmou que uma taxa negativa de depósito não seria positiva para os empréstimos na zona do euro.

Antes do anúncio do BCE, os investidores já digeriam dados não muito bons, entre eles o índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial da zona do euro, que caiu menos que o previsto em abril (46,7) ante março (46,8), porém, marcou o nível mais baixo em quatro meses e está no terreno que indica contração.

Na China, o setor manufatureiro também deu sinais de fraqueza, conforme o PMI do HSBC, que caiu para 50,4 no mês passado, ante 51,6 no mês anterior.

Já nos EUA, os dados vieram bem positivos, o que também ajudou os principais índices a fecharem no positivo. O número de pedidos de auxílio-desemprego no país caiu para 324 mil na semana encerrada em 27 de abril,a menor quantidade de pedidos semanais desde janeiro de 2008.


Além disso, o déficit comercial dos EUA caiu mais do que o esperado em março, para US$ 38,83 bilhões, segundo divulgou hoje o Departamento do Comércio. Analistas consultados pela Dow Jones esperavam que o déficit caísse menos, para US$ 42,1 bilhões.

Nesse cenário, o índice DAX da Bolsa de Frankfurt ganhou 0,61%, fechando a 7.961,71 pontos. A Infineon foi o destaque da sessão, avançando 9,9% após um balanço positivo, mesmo motivo da alta de 4,2% da Beiersdorf. Já a Lufthansa ganhou 3,7% após alcançar um acordo com um sindicato trabalhista.

Em Londres, o índice FTSE teve alta de 0,15%, encerrando a sessão a 6.460,71 pontos. As ações do BG Group subiram 4,3% após a divulgação de diretrizes para a produção deste ano e a Smith & Nephew avançou 1,7% após anunciar um plano para devolver US$ 300 milhões aos acionistas.

Na Bolsa de Paris, o índice CAC-40 avançou 0,05% e fechou a 3.858,76 pontos. Já em Madri, o índice IBEX-35 perdeu 0,15%, a 8.406,40 pontos. O índice FTSE-Mib, da Bolsa de Milão, caiu 0,12%, fechando a 16.748,28 pontos. E, na Bolsa de Lisboa, o índice PSI-20 recuou 0,21%, fechando a 6.235,09 pontos. As informações são da Dow Jones.

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