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Bolsa volta a subir e recupera os 107 mil pontos

Alta vai na contramão dos mercados internacionais, pressionados por ameaças chinesas

Bolsa: Ibovespa volta a subir depois de dois pregões de queda (NurPhoto / Colaborador/Getty Images)

Bolsa: Ibovespa volta a subir depois de dois pregões de queda (NurPhoto / Colaborador/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 21 de novembro de 2019 às 18h32.

Última atualização em 21 de novembro de 2019 às 19h30.

O Ibovespa voltou a subir após dois pregões de queda e registrou alta de 1,54%, nesta quinta-feira (21), fechando em 107.496,73 pontos. O movimento foi na contramão dos mercados internacionais, que tiveram queda, após a China prometer retaliar os Estados Unidos em resposta à declaração de apoio formal dos parlamentares americanos aos manifestantes de Hong Kong - contrários ao governo chinês. Economistas acreditam que a medida tem potencial de atrapalhar as negociações comerciais.

Se por um lado há a percepção de piora do cenário externo, por outro, o Brasil tem atraído o interesse por investidores estrangeiros. Nesta quinta, o banco suíço UBS aumentou a recomendação de ações brasileiras para “strong overweight”, apostando em um rápido crescimento econômico puxado pela retomada do consumo e dos investimentos. 

Embora o banco veja o dólar a 4 reais no fim deste ano, a moeda americana ainda está distante da projeção do UBS. Após ser negociado por mais de 4,22 reais nesta terça, o dólar fechou em 4,193 - queda de 0,262%.

Ações

As siderúrgicas destacaram-se entre as maiores altas da sessão, após analistas do Itaú BBA informarem clientes que produtores de aço planejam aumentar, em janeiro, o preço da commodity em 10%. Os papéis da Gerdau (GGBR4), Gerdau Metalúrgica (GOAU4) e Usiminas (USIM5) subiram 7,52%, 6,46% e 6,41%, respectivamente.

Porém, foram as ações da Petrobras que sustentaram a alta do Ibovespa, devido a sua proporção no índice. Os papéis ordinários da petroleira se apreciaram 2,66% e os preferenciais, 3,72%. O movimento foi impulsionado pelo preço do petróleo no mercado internacional, que teve valorização de mais de 2%, tendo no radar a possibilidade de extensão do acordo de corte de produção por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

Outro fator que pode ter colaborado para a apreciação das ações da estatal foi a venda de sua distribuidora de gás liquefeito, a Liquigás, divulgada após o fechamento do pregão de terça-feira (19).

O pregão também foi positivo para a CVC, que viu suas ações se valorizarem 5,77%. Esta foi a primeira vez que a agência de turismo registrou alta desde que sofreu fortes quedas após decepcionar investidores em resultado trimestral. Em duas semanas, seus papéis acumularam desvalorização de 33%.

Fora do Ibovespa, as ações das Lojas Marisa chegaram a se valorizar mais de 4%, após a varejista firmar parceria com a Magazine Luiza para a venda de celulares em suas lojas físicas. Passada a empolgação inicial, a ação encerrou em alta de 1,98%.

No extremo negativo, os papéis da Marfrig recuaram 3,98% e lideraram as baixas do pregão. O ativo vinha de forte valorização nas últimas sessões, após aumentar sua fatia na americana NationalBeef. 

Outro frigorífico que registrou perdas na Bolsa foi a JBS, que recuou 3,17%. O papel das marcas Friboi e Seara vem tendo um desempenho bem abaixo do apresentado até setembro. A ação, que já vem de sete semanas consecutivas de queda, pode registrar a oitava, caso não suba pelo menos 2,22% nesta sexta-feira (22). Ainda assim, o ativo acumula alta de 121,40% no ano. 

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