Mercados

Bolsa brasileira pode brilhar com solução na Grécia

A perspectiva de um caminho para o problema das dívidas soberanas na Europa pode levar as ações a um desempenho mais positivo que o da média no mundo

Ao final do terceiro trimestre, o Ibovespa – principal índice do mercado brasileiro – acumulava uma queda de 24,5% (Luiz Iria/EXAME.com)

Ao final do terceiro trimestre, o Ibovespa – principal índice do mercado brasileiro – acumulava uma queda de 24,5% (Luiz Iria/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2011 às 09h36.

São Paulo – Muita gente se pergunta sobre as razões que justifiquem a bolsa brasileira ter apresentado um desempenho tão ruim neste ano, mesmo não tendo ligações estreitas com os problemas das dívidas dos países europeus.

As respostas vêm dos problemas internos, como a intervenção do governo no mercado cambial, a inflação e uma decisão bastante questionada de cortar o juro.

“As recentes decisões macro e microeconômicas estão limitando a visão dos investidores”, ressaltou um relatório recente do HSBC, assinado por Alexandre Gartner, chefe de pesquisa no Brasil e Francisco Vanzolini, estrategista.

Ao final do terceiro trimestre, o Ibovespa – principal índice do mercado brasileiro – acumulava uma queda de 24,5%, muito perto da Itália (-26,46%) e um pouco mais longe da Grécia (43,53%).

Além disso, as estimativas dos analistas para o crescimento do lucro por ação para este ano caíram de 28% para 13%. A queda, segundo o Credit Suisse, só não é maior que a vista no México e no Chile.

E para 2012 as expectativas também foram revisadas, de 17% para 12%. A equipe de análise do CS está ainda mais comedida e projeta um avanço de 9%. A nova projeção para a o Ibovespa é de 63 mil pontos nos próximos 12 meses.


“Apesar de 9% soar pouco, acreditamos que a projeção é realista e considera que o setor de mineração possa ter pedido o momento dos lucros”, destaca o analista Andrew T. Campbell.

Reviravolta

Para o Citigroup, a bolsa brasileira não deve apresentar um rali enquanto uma solução realmente eficaz para a Grécia não seja anunciada.

“Assumindo que tenhamos alguma solução para a Grécia nos próximos meses, os mercados globais devem subir e o Brasil, um mercado com um beta elevado, deve ter um desempenho acima da média”, projeta o analista Jason Press, em relatório.

O beta é uma medida de volatilidade de um ativo em relação à média do mercado. Ou seja, quando ele é alto isso quer dizer que determinado papel – nesse caso o Ibovespa – oscila mais do que a média. O banco apresentou hoje uma projeção de 70 mil pontos para a bolsa até ao final de 2012.

O Citi ressalta que o momento para o corte de 50 pontos-base na taxa Selic no final de agosto pode ter sido uma aposta perigosa. “Entretanto, talvez seja ainda muito cedo para dizer que o BC alterou a sua meta de inflação para uma de crescimento”, explica.

Acompanhe tudo sobre:AçõesAnálises fundamentalistasCrise gregaEuropaGréciaIbovespaMercado financeiroPiigs

Mais de Mercados

Fundador do Telegram anuncia lucro líquido pela primeira vez em 2024

Banco Central fará leilão à vista de até US$ 3 bi na quinta-feira

Marcopolo avança na eletrificação com aquisição de participação em empresa chilena

Suzano (SUZB3) aprova pagamento de R$ 657 milhões em juros sobre capital próprio