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Bolsa argentina pode disparar até 258%, diz Morgan Stanley

Em relatório, banco aposta na retomada econômica e na melhora do cenário político do nosso vizinho

 (Reprodução/Thinkstock)

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Rita Azevedo

Rita Azevedo

Publicado em 8 de janeiro de 2017 às 06h00.

Última atualização em 8 de janeiro de 2017 às 06h00.

São Paulo — Em cinco anos, a bolsa de valores argentina deve dar retornos de até 258%. É, pelo menos, essa a tese dos analistas do Morgan Stanley. Em relatório enviado a clientes na última semana, o banco aposta na retomada econômica do nosso vizinho.

“Acreditamos que a melhora no mercado de capitais argentino irá gerar cerca de 230 bilhões de dólares em financiamento líquido e investimentos externos nos próximos cinco anos”, dizem os analistas.

No melhor dos casos, avaliam, a Bolsa de Buenos Aires deve acumular ganhos de quase 260%. O desempenho, no entanto, está condicionado a alguns fatores, como a implementação de uma reforma estrutural. “A economia local se normalizaria rapidamente e o PIB argentino poderia crescer até 4% ao ano”, dizem os analistas.

Já no cenário mais “pé no chão”, o crescimento do mercado argentino seria de pouco mais de 130% em meia década. Se nada sair como planejado, a queda na bolsa será de 18%. O risco, de acordo com o Morgan Stanley, vale a pena. “A viagem só está começando e não é tarde para comprar Argentina”, diz o banco no relatório.

A bolsa argentina teve o 2° melhor desempenho entre as latinas em 2016, ficando apenas atrás do Peru. O índice da Bolsa de Buenos Aires acumulou ganhos de 42,26%, segundo a consultoria Economatica. No mesmo período, o Ibovespa teve alta de 38,94%.

Confiança nos hermanos

O mercado voltou a olhar com bons olhos para nosso vizinho após a eleição de Mauricio Macri, há um ano.

É que, há mais de 15 anos, a Argentina carrega o peso de um calote. No final de 2001, depois de uma grave crise cambial e a negativa de socorro do Fundo Monetário Internacional (FMI), o país declarou que não iria pagar seus credores.

No ano passado, o governo argentino pagou 11 bilhões de dólares para encerrar o litígio com os chamados “fundos abutres”. Também em 2016, o país voltou a emitir bônus no mercado internacional.

O “retorno ao mundo”, como ficou conhecido o movimento de Macri, não foi, no entanto, o suficiente para reverter a estagnação na economia. Apesar dos sintomas de recuperação, o primeiro ano de Macri no poder terminou com cerca de 200 mil desempregados e uma inflação de 45%.

 

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