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A bolsa pós-impeachment

Nesta quinta-feira, enquanto o Senado inicia o julgamento final de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, analistas tentam entender se o Ibovespa e sua valorização de 33% no ano ainda podem atrair mais investidores. Como costuma acontecer, tem visão para todos os gostos. “A bolsa já se valorizou muito com a expectativa de impeachment e […]

BOLSA: o Ibovespa acumula valorização de 33% em 2016; para onde vai a partir de semana que vem?  / EXAME hoje

BOLSA: o Ibovespa acumula valorização de 33% em 2016; para onde vai a partir de semana que vem? / EXAME hoje

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Da Redação

Publicado em 24 de agosto de 2016 às 20h05.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h00.

Nesta quinta-feira, enquanto o Senado inicia o julgamento final de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, analistas tentam entender se o Ibovespa e sua valorização de 33% no ano ainda podem atrair mais investidores. Como costuma acontecer, tem visão para todos os gostos.

“A bolsa já se valorizou muito com a expectativa de impeachment e melhora no país. Não enxergo espaço para uma nova alta”, afirma Andre Leite, sócio da TAG Investimentos. Para ele, após o impeachment, o Ibovespa irá perder forças já que medidas econômicas importantes irão estacionar diante da eleição municipal e de um recesso de fim de ano. Nesse cenário, a bolsa deve sair do atual patamar de 57.700 pontos para fechar o ano próximo dos 55.000.

Já Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora, calcula que a bolsa pode encostar nos 66.000 pontos até o fim do ano com a concretização do processo de impeachment e a expectativa de melhora. “A bolsa já subiu muito por causa do impeachment, mas o mercado agora está precificando uma melhora na economia do país em 2017 e isso deve continuar no pós-impeachment”, afirma.

Um dos argumentos é que ainda tem muito investidor estrangeiro esperando o processo se concretizar para entrar no país. Em relatório recente, o banco BTG Pactual calculou que se os fundos de ações estrangeiros voltassem as ter as alocações que tinham no Brasil em outubro de 2014, 140 bilhões de reais entrariam na bolsa. Um ponto em que especialistas concordam: para que o interesse de investidores estrangeiros no país de fato venha, é preciso aprovar medidas como a PEC dos gastos públicos e a reforma previdenciária.

No curto prazo, o cenário externo e suas incertezas devem pesar no desempenho. A maior das incertezas: os juros sobem ou não nos Estados Unidos? Qualquer novidade por lá pode enfraquecer a entrada de dinheiro por aqui. Nesta sexta-feira, a presidente do banco, Janet Yellen, fará um discurso em que pode dar pistas de o que virá. O futuro da bolsa depende muito muito de Brasília, mas não só.

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