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BM&FBovespa perde medo de concorrência, planeja reforço

Operadora de bolsas vem gradativamente se voltando para o que fará com os recursos extras que terá quando concluir o projeto de unificar suas quatro clearings


	BM&FBovespa: operadora avalia que o melhor momento para a entrada de rivais já passou
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

BM&FBovespa: operadora avalia que o melhor momento para a entrada de rivais já passou (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2014 às 14h56.

São Paulo - Prestes a concluir um programa bilionário de investimentos para ganhar eficiência e sem sinais claros de que enfrentará competição no mercado doméstico, a BM&FBovespa avalia que o melhor momento para a entrada de rivais já passou.

Diante disso, a operadora de bolsas vem gradativamente se voltando para o que fará com os recursos extras que terá quando concluir o projeto de unificar suas quatro clearings (ações, câmbio, derivativos, títulos), até o início de 2016.

"A concorrência perdeu o 'timing' e o bonde", disse nesta sexta-feira a jornalistas o presidente-executivo da companhia, Edemir Pinto, em coletiva sobre resultados trimestrais.

Além da unificação de clearings, a companhia lança nos próximos meses um novo sistema de risco, ferramentas que, segundo ele, deixarão a empresa em condições de suportar o crescimento do mercado nos próximos 15 a 20 anos.

A ATS, que reúne a Americas Trading Group (ATG) e a Nyse, Bolsa de Nova York, pediu no ano passado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) registro para operar uma Bolsa de Valores no Rio de Janeiro. Juntas, a Direct Edge e a Bats também manifestaram interesse em operar no Brasil.

Cada vez mais confiante de que a concorrência não virá, a administração da bolsa paulista começa a voltar os olhos para o que fará a partir de 2016, quando a nova clearing estiver totalmente operacional e a necessidade de investimentos cair bastante.

"Devemos nos concentrar em reforçar seu caixa e ampliar processo de internacionalização", disse Edemir, praticamente descartando a chance de elevar o percentual de lucros da companhia distribuído aos acionistas em dividendos, atualmente de 80 por cento.

Em parte, a internacionalização é vista pela BM&FBovespa como meio de diversificar suas receitas, uma vez que o cenário continuado de fraqueza do mercado de capitais doméstico tem pesado no faturamento da companhia.

No plano doméstico, a empresa deve lançar no segundo semestre uma série de novos produtos de balcão, como letras financeiras, contratos futuros de inflação, ETFs de renda fixa e recibos de ações (BDRs) de empresas europeias, disse o diretor de Produtos e Relações com Investidores, Eduardo Guardia.

Na quinta-feira à noite, a companhia anunciou lucro líquido em linha com as previsões de analistas, já que conseguiu compensar a queda anual de 6 por cento da receita líquida com boa gestão das despesas.

Em relatório, a equipe do BTG Pactual considerou os resultados positivos, especialmente pela sinalização de que os volumes de negócios pararam de cair.

"Mas após as ações subirem mais de 20 por cento nos últimos três meses e sem sinais de fatores positivos à frente, vemos potencial limitado para mais alta (a menos que o mercado acionário siga ganhando força, na esteira de pesquisas eleitorais para presidente)", afirmou o analista.

Às 14h38, a ação da BM&FBovespa caía 0,26 por cento, enquanto o Ibovespa tinha baixa de 0,24 por cento.

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