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Bilionário chinês "desaparecido" desde 2017 é condenado a 13 anos de prisão por crimes financeiros

O magnata chinês com passaporte canadense Xiao Jianhua foi condenado a 13 anos de prisão por crimes financeiros

Xiao Jianhua (Xiao Jianhua/Exame)

Xiao Jianhua (Xiao Jianhua/Exame)

O magnata chinês com passaporte canadense Xiao Jianhua foi condenado a 13 anos de prisão por crimes financeiros. A informação foi divulgada nesta sexta-feira, 19, pelas autoridades da China..

A condenação de Jianhua foi expedita por um tribunal de Xangai após um julgamento realizado em julho.

O bilionário, um dos empresários mais polêmicos da China, desapareceu de um hotel de luxo de Hong Kong no início de 2017, após uma operação da polícia chinesa na ex-colônia britânica.

Ele mantinha laços estreitos com os importantes dirigentes do Partido Comunista Chinês (PCC). Por isso, seu desaparecimento foi ligado com a campanha anticorrupção do presidente Xi Jinping, que está no poder desde 2012.

Xiao Jianhua condenado por corrupção

Jianhua foi considerado culpado de "absorção ilegal de recursos públicos, pelo uso ilegal de fundos e por corrupção".

Ele também foi multado em 6,5 milhões de iuanes (cerca de R$ 5 milhões) e sua empresa Tomorrow Holding outros 55,03 bilhões de iuanes (cerca de R$ 40 bilhões).

Até 2016, o magnata estava entre os homens mais ricos da China, ocupando o 32º lugar na Lista Hurun, a versão local do ranking da Forbes, com um patrimônio pessoal de quase US$ 6 bilhões.

Jianhua, gênio das finanças que entrou na prestigiosa Universidade de Pequim com apenas 14 anos de idad, era o chefe de um império financeiro baseado na Tomorrow Holdings, uma holding com participações em empresas de diferentes setores, como o financeiro, seguros, carvão e cimento.

Ele teria atuado também como "corretor" informal da liderança comunista da China.

Em 2020, nove empresas do grupo acabaram na mira das autoridades chinesas por supostos temores de “riscos” sistêmicos.

A operação da polícia chinesa contra o bilionário, mesmo com sua fama pouco cristalina, contribuiu para alimentar os protestos da população de Hong Kong contra o regime comunista de Pequim.

O desaparecimento de Jianhua ocorreu após o desaparecimento e suposto sequestro de cinco pessoas (conhecidas como "bibliotecários") que trabalhavam em Hong Kong para uma editora que publicava livros denunciando escândalos da liderança chinesa.

O julgamento do bilionário chinês, que foi alvo de protestos por parte da embaixada canadense por causa das dificuldades na assistência consular, ocorre na iminência do vigésimo Congresso do Partido Comunista da China, que em outono deverá atribuir um terceiro mandato ao presidente Xi Jinping.

Caso lembra o desaparecimento de Jack Ma, fundador do Alibaba (BABA34)

A história de Jinping lembra, em parte, o caso do desaparecimento de Jack Ma, fundador e ex-CEO do Alibaba (BABA34).

O empresário, um dos ícones da ascensão de capitalistas chineses no setor de tecnologia, desapareceu poucos dias antes da abertura de capital (IPO) do Ant Group - a maior fintech da China - em 2020, após ter realizado um discurso cheio de críticas contra os reguladores do mercado chinês.

Após esse discurso, Ma sumiu, e o Alibaba foi alvo de uma investigação das autoridades chinesas por suposto comportamento predatório no mercado.

O empresário chinês reapareceu somente em 2021. E há poucas semanas atrás ele informou que está pronto para entregar o controle do Ant Group.

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