Berkshire, de Buffett, anuncia perdas de US$ 49,7 bi antes de encontro
Megainvestidor falará a seus acionistas sobre o impacto do coronavírus em negócios neste sábado, em evento online
Marília Almeida
Publicado em 2 de maio de 2020 às 10h46.
Última atualização em 2 de maio de 2020 às 15h18.
O encontro anual de acionistas do conglomerado Berkshire Hathaway, do megainvestidor americano Warren Buffett , já seria inusitado este ano. Tradicionalmente o evento reúne 20.000 investidores em Omaha, cidade natal do investidor, para um dia de debates e apresentações sobre o mundo das finanças. Desta vez, porém, o evento será à distância, transmitido via Yahoo Finance e acompanhado em tempo real pela equipe do Exame Research no grupo exclusivo do Telegram , a área de análises de investimentos da Exame, a partir das 15h45. E, falando para a câmera, Buffett terá muito a explicar.
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A crise causada pela pandemia do coronavírus levou a empresa a perder 49,7 bilhões de dólares no primeiro trimestre, conforme balanço divulgado hoje. O motivo, claro, é a debandada da bolsa de valores em meio à quarentena. O tombo foi especialmente grande, explica o Wall Street Journal, por uma regra contábil que começou a valer em 2018 exigindo que ganhos e perdas não realizados seja reportado na linha do resultado. O resultado operacional, por sua vez, subiu, de 5,56 bilhões de dólares no primeiro trimestre do ano passado, para 5,87 bilhões de dólares.
Aos 89 anos, Buffett já estava sob pressão antes da quarentena. Em fevereiro, divulgou sua carta anual aos acionistas, que deve dar o tom das discussões de hoje. Segundo os dados da própria Berkshire, a companhia deu um retorno de 11% em 2019, e de 2,8% no ano anterior. Em comparação, o índice S&P 500 subiu 31,5% no ano passado e 4,4% um ano antes.
Nessa tentativa de acalmar os ânimos, Buffett e seu sócio Charlie Munger, 95 anos, afirmaram que vão continuar seguindo três princípios da empresa que deram certo nas últimas décadas – responsáveis pelo valor da Berkshire saltar 2.744.062% desde 1964. A base é investir em empresas variadas em que a empresa já tem participação, além de comprar novos negócios com bons retornos e valor abaixo do que consideram justo.
De certa, forma a crise pode reafirmar a importância de olhar o longo prazo, princípio que norteia sua estratégia de investimentos. Nos últimos anos de euforia nas bolsas puxada pelas empresas de tecnologia, Buffett foi cobrado por retornos decepcionantes. “Ter caixa para investir e ser um investidor de valor pode ajudar Buffett nessa hora”, diz Renato Mimica, diretor da Exame Research.